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sexta-feira 3 de abril de 2020 às 10:40h

Afago entre Lula e Doria é sinal para fora da bolha e isola Bolsonaro, diz coluna

POLÍTICA


A troca de afagos entre o ex-presidente Lula (PT) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma rede social em meio à crise do coronavírus, representou um aceno para fora de suas bolhas e evidenciou o isolamento político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Tucano e petista, adversários históricos e ferrenhos, colocaram as diferenças de lado nesta última quinta-feira (2).

“Nossa obsessão agora tem que ser vencer o coronavírus. Chegamos ao ponto do Doria ter que mandar a PM invadir fábrica pra pegar máscara. A gente tem que reconhecer que quem tá fazendo o trabalho mais sério nessa crise são os governadores e os prefeitos”, escreveu Lula em sua conta no Twitter.

No último sábado (28), o governador recolheu 500 mil máscaras para profissionais de saúde da empresa 3M. Ele usou uma lei federal de fevereiro deste ano que tipifica uma série de medidas em emergências de saúde pública.

Doria respondeu ao ex-presidente: “Temos muitas diferenças. Mas agora não é hora de expor discordâncias. O vírus não escolhe ideologia nem partidos. O momento é de foco, serenidade e trabalho para ajudar a salvar o Brasil e os brasileiros”.​

Segundo a coluna Poder do jornal Folha, ao exaltar governadores e prefeitos, Lula faz uma crítica a Bolsonaro, que vem se opondo ao isolamento pregado determinado gestores locais e recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Doria, por sua vez, também tornou-se símbolo de oposição a Bolsonaro após travar embates com o presidente em torno da gestão da crise. A pandemia antecipou os planos do tucano, que pretende ser candidato à Presidência em 2022, de fazer frente a Bolsonaro —em quem pegou carona para eleger-se em 2018.

A união dos opostos num momento de gravidade sem precedentes foi lida por ​bolsonaristas como sinal de acerto para a derrubada do presidente. A reação nas redes foi imediata, com as hashtags LulaDoria e DoriaPiorQueLula.

O próprio Bolsonaro reagiu. Após pedir um pacto nacional no pronunciamento de terça (31), colocou limites ao entendimento entre Lula e Doria.

“Quando falamos em união, nos referimos aos que querem o melhor para o Brasil e para os brasileiros, não uma aliança com quem quase o destruiu por completo. Discordâncias temos entre meras posições. Superar divergência não é abandonar a própria honra nem a verdade”, escreveu.

Mais tarde, em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro afirmou ainda estar “com vergonha dessa aproximação” entre Lula e Doria e que “caiu a máscara” do tucano.

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente, tuitou: “Ainda precisa desenhar? Eis as duas bandas que formam a bunda”.

Outro filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) escreveu que “o recado de Lula não é de união, é político: neste momento vale a pena PT estar junto do PSDB contra Bolsonaro”. “Antigamente PT e PSDB se fingiam de opositores, o que era conhecido como estratégia das tesouras. Hoje eles não tem mais esse pudor.”

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