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sexta-feira 7 de fevereiro de 2020 às 05:11h

Assembleia Legislativa concede Título de Cidadã Baiana a Flora Gil

POLÍTICA


O Legislativo baiano concedeu, nesta quinta-feira (6), o Título de Cidadã Baiana à empresária paulista Flora Gil, em uma sessão especial que privilegiou, a todo momento, referências à poesia presente nas canções do compositor Gilberto Gil, marido da homenageada, além da música e religiosidade afro-brasileira. A solenidade, bastante concorrida, contou com a presença de artistas, músicos e ativistas de movimentos culturais de Salvador, empresários, produtores, além de autoridades religiosas de matriz africana, entre outros segmentos.

Flora Gil adentrou o plenário da Casa acompanhada por Gilberto Gil, ao som dos trompetes do Filhos de Gandhy. Após a execução do Hino Nacional, o Cortejo Afro fez um tributo com tambores e o refrão popular: “Um abraço negro/ Um sorriso negro/ Traz felicidade/ Negro sem emprego/ Fica sem sossego/ Negro é a raiz da liberdade”. Houve ainda a participação da Banda Didá, cantando É d’Oxum (Gerônimo / Vevé Calazans); e do violonista Toinho Britto, do sanfoneiro Cicinho de Assis e de sua filha, Julie de Assis, que entoaram a música que Gil compôs para sua musa, cujo nome que dá título e enreda a canção: “Imagino-te já idosa / Frondosa toda a folhagem / Multiplicada a ramagem / De agora”.

“A homenagem do dia de hoje é uma forma de reconhecermos e agradecermos a ela por sua grande atuação como empresária do chamado ‘show business’, seu empenho em investir na Bahia e se vestir da cultura baiana, não como um folclore, mas sim com respeito e delicadeza”, definiu a deputada Olívia Santana (PC do B), proponente do título. A outorga, justificou a parlamentar, reverencia aquela que criou “o camarote mais inovador, cultural e consistente da festa soteropolitana de Momo, o Expresso 2222, agregando à festa uma marca de compromisso com soluções criativas e pautadas na sustentabilidade”.

Segundo Olívia, Flora Gil está à frente de 10 importantes empresas na Bahia, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, como a Quanta Produções Artísticas Ltda, Alafia Produções e Eventos Ltda, Gege Edições Musicais Ltda, F & G Patrimonial Ltda, entre outras. “Flora Gil é uma visionária, constrói o hoje enxergando o futuro”, elogiou.

Após receber a placa honorífica da mão de familiares e amigos, a já cidadã baiana fez um breve agradecimento, externando que se sentia contemplada com as falas dos convidados. “Fico muito feliz, tenho só que agradecer a todos; acho que a Bahia é tão boa pra mim, eu sou boa pra Bahia também; eu quero que a Bahia seja feliz, como eu sou feliz aqui”, disse Flora. Gilberto Gil, também breve, parodiou Caymmi: “Acontece que eu sou baiano / Acontece que ela não é / Mas a vida faz novos planos e agora ela também é / Hoje ela é uma filha de santo, minha Nossa Senhora, meu Senhor São José / Hoje é a minha mãe de santo, minha Nossa Senhora, meu Senhor São José”.

“Flora veio e se misturou, trabalhou, acolheu, criou e pariu, aqui, filhos e frutos; se tornou e é baiana como todas as meninas e meninos, que Deus deu, que Deus dá”, disse Nara Gil, filha do cantor, confidenciando, de forma feliz, que “estava com meu pai quando ele conheceu Flora”. Os artistas Luiz Caldas e Margareth Menezes demonstraram sua gratidão; o cantor observou o espírito agregador da empresária, enquanto a cantora destacou “o exemplo de mulher empreendedora”.

A jornalista Letícia Muhana relatou diversas parcerias, nas quais predominou a Bahia como tema, entre eles a produção de documentários produzidos pelos canais GNT e Viva, da Globosat, como “O Mensageiro entre Dois Mundos”, sobre a história de Pierre Verger, ancorado por Gilberto Gil; e “Filhos de Gandhy”. “Flora leva a Bahia no coração e na vida. Portanto, eu considero essa homenagem uma louvável, justa e merecida iniciativa da deputada Olívia Santana”, afirmou Muhana. Atualmente, elas finalizam a edição de um filme, que vai ser exibido na Globo News, sobre a gravação do CD Obatalá, uma homenagem à mãe Carmem, Ialorixá do terreiro do Gantois.

Artista plástico e presidente do Cortejo Afro, Alberto Pitta destacou a responsabilidade mútua de quem oferece e de quem recebe a homenagem: “Um título desse, sendo ofertado pela deputada Olívia, torna isso tudo muito legítimo, porque ela é uma mulher que vive sob o signo da luta contra o racismo, a discriminação, a homofobia, o sexismo (…). Portanto, nós temos aqui uma dupla aliança de princípios éticos e estéticos, de quem confere e de quem recebe. Se nós fizermos um deslocamento estético e transformamos a Assembleia Legislativa num terreiro de candomblé, nesse momento, ela está sendo raspada e confirmada cidadã baiana”.

Também prestigiaram a cerimônia, com assento na mesa: a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, Lisbete Teixeira; a procuradora-geral do Ministério Público da Bahia, Ediene Lousado; o reitor em exercício da Ufba, professor Paulo Miguez; o secretário estadual de Turismo, Fausto Franco, representando o Governo do Estado; o defensor público geral, Rafson Ximenes; o publicitário Pedro Tourinho; a produtora Ivana Souto; a empresária, representante da Câmara de Mulheres Empresárias, Rosemma Maluf; as deputadas federais Lídice da Mata (PSB) e Alice Portugal (PC do B). Participaram ainda as deputadas Fátima Nunes e Maria del Carmen, ambas do PT, e as secretárias estaduais Arany Santana (Cultura) e Julieta Palmeira (Políticas para as Mulheres).

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