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sexta-feira 3 de abril de 2020 às 09:13h

Brasil, que perdeu compra na China para os EUA, está no meio de uma corrida global por suprimentos médicos

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Genro de Trump intermediou acordo para compra de luvas, máscaras e roupas transportados por ao menos vinte voos fretados; países como Brasil, França e Canadá questionam cancelamento de seus pedidos por empresas chinesas

Produtora de mais da metade das máscaras de proteção do mundo, a China está no centro de uma batalha global por equipamentos essenciais no combate ao  novo coronavírus. Enquanto os Estados Unidos fecharam acordo para compra de luvas, máscaras e roupas transportados por ao menos vinte voos fretados, países como Brasil, França e Canadá questionam o cancelamento de pedidos que já haviam sido fechados com fornecedores chineses.

— Perdemos um pedido para os americanos que nos superaram em uma remessa que tínhamos feito — diz Valérie Pécresse, presidente da região de Ile-de-France.

Segundo Pécresse, as máscaras que chegaram aos Estados Unidos da China haviam sido encomendadas por autoridades francesas. Ela afirma que a França não recebeu o material porque os Estados Unidos teriam oferecido valor três vezes maior por elas.

Na quarta-feira, o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, havia feito declaração similar, afirmando que compras brasileiras haviam “caído” depois da confirmação das compras americanas. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também pediu para que as autoridades investigassem o suposto desvio de máscaras do país para os Estados Unidos.

—  Precisamos garantir que o equipamento destinado ao Canadá chegue e permaneça no Canadá. Pedi aos ministros que acompanhem essas informações.

Segundo o New York Times, a negociação entre empresas privadas americanas e chinesas foi feita com ajuda da mediação do genro do presidente americano Donald Trump, Jared Kushner. O avião que pousou no domingo em Nova York vindo de Xangai trazia 130 mil máscaras N-95, quase 1,8 milhões de máscaras cirúrgicas e roupas e mais de 10,3 milhões de luvas, além de 70 mil termômetros.

A compra de produtos segundo o jornal O Globo, se diferencia da doação que tem sido feita como política pelo governo chinês, no que foi chamado de “diplomacia das máscaras”. Na semana passada, por exemplo, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, chegou a agradecer a doação de equipamento ao estado pela empresa chinesa Huawei. O Brasil recebeu 500 mil kits para testes rápidos, e, na América Latina, também receberam doações México, Bolívia, Argentina, Equador, Venezuela, Peru, Chile, Uruguai e Panamá.

O que está em discussão na batalha por equipamentos não são as doações, e sim as compras realizadas por empresas privadas, muitas vezes com apoio dos governos.

Mesmo antes da pandemia, a China já era a principal fornecedora internacional de escudos faciais de proteção, roupas, equipamento de proteção para boca e nariz, luvas e óculos. Ela é a principal exportadora desses produtos juntos e também individualmente. 43% das importações mundiais deles vêm da China. Os números são de 2018 e foram compilados pelo Peterson Institute for International Economics.

Com o aumento da demanda global pelos produtos, a China está escalonando sua produção. Segundo dados do governo chinês, o país está produzindo 116 milhões de máscaras atualmente, doze vezes mais do que antes. O governo também afirma que aumentou a produção de 20 mil peças de roupas de proteção por dia para mais de 500 mil. A produção de máscaras N-95 também teria aumentado: de 200 mil para 1,6 milhões.

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