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quinta-feira 8 de julho de 2021 às 05:37h

Coaf vê ‘movimentação atípica’ de empresa investigada na CPI que intermediou venda da Covaxin

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Um relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) apontou conforme o Globo News, que a Precisa Medicamentos movimentou um volume de “recursos incompatível com o patrimônio” entre fevereiro e junho de 2021.

A empresa entrou na mira da CPI da Covid do Senado após um servidor do Ministério da Saúde ter apontado irregularidades no contrato de R$ 1,6 bilhão para compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, negociação na qual a Precisa atuou como intermediária.

As informações constam de documentos entregues à CPI, aos quais a TV Globo teve acesso com exclusividade.

Segundo o relatório, em quatro meses, a empresa movimentou R$ 43,7 milhões — o faturamento anual da Precisa, no entanto, é de R$ 17 milhões, de acordo com os dados do Coaf.

Os investigadores do Coaf também apontaram no relatório dificuldades para identificar o destino e a origem dos recursos.

“Os créditos mais expressivos ocorreram por meio de mesma titularidade, dificultando assim a identificação dos ordenantes”, diz o relatório.

Em nota, a Precisa negou irregularidades. “Tratam-se de transações financeiras regulares, lícitas, entre empresas coligadas. Considerar isso ilegal é querer distorcer os fatos, eis que o conceito de transação atípica do Coaf não é necessariamente de operação financeira irregular” disse a assessoria da empresa.

Em uma das contas da empresa 6M Participações, que tem como sócio Francisco Maximiano, sócio-presidente da Precisa, os investigadores identificaram vários depósitos fracionados com valores abaixo de R$ 10 mil.

Em outra conta bancária da 6M, os investigadores detectaram uma movimentação de R$ 66,57 milhões entre 1º de setembro de 2020 e 28 de fevereiro de 2021. O volume e o destino dos recursos chamaram a atenção dos investigadores para possível fraude.

“A movimentação financeira do período é, aparentemente, incompatível com a capacidade financeira presumida da empresa considerando o último faturamento informado de R$ 5.462,850,00”, diz o documento.

O Coaf também destaca os pagamentos feitos pela empresa para empresas de outro setor. “A empresa registra no CNPJ a atividade de apoio à gestão de saúde, no entanto, realizou diversos pagamentos a outras empresas atuante com administração imobiliária”, aponta o relatório.

Movimentação de Maximiano

A TV Globo já havia mostrado que Francisco Maximiano declarou em 2020 ter tido uma única fonte de renda, da qual recebeu em todo o ano R$ 52,2 mil (média mensal de R$ 4,3 mil).

Apesar disso, a movimentação financeira do empresário indica gastos elevados em restaurantes e compras de luxo.

Em uma de suas contas pessoais, ele chegou a movimentar quase R$ 4 milhões em 2020. Em outra, circularam mais de R$ 1,2 milhão. O extrato bancário mostra créditos principalmente de contas de empresas das quais ele é sócio. Nos gastos feitos no cartão, há visitas a restaurantes caros e compras de luxo.

Em fevereiro do ano passado, por exemplo, Maximiano gastou mais de R$ 3 mil em uma loja Prada, em São Paulo. Poucos dias depois, gastou quase R$ 3 mil em um famoso restaurante de Brasília. Em março de 2020, gastou R$ 5.204,00 em uma única visita a uma churrascaria de Barueri (SP), cidade em que mora. Em fevereiro deste ano, em um único dia, Maximiano gastou quase R$ 6,5 mil em compras em lojas de roupas, calçados e supermercado.

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