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sábado 24 de julho de 2021 às 15:09h

Com pressão maior de serviços, bancos passam a prever inflação de 7% em 2021

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Após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de julho, que ficou acima das expectativas do mercado ao avançar 0,72%, duas instituições passaram a prever inflação de ao menos 7% para 2021. O J.P. Morgan elevou a estimativa para a alta do IPCA no ano de 6,5% para 7%. Já o Credit Suisse mudou essa previsão de 6,9% para 7,2%.

Os dois bancos já trabalhavam com inflação acima do teto da meta para o ano, de 5,25%. Agora, se distanciam ainda mais do número esperado pelo consenso de mercado, atualmente em 6,31%. A inflação de serviços, que vinha em tendência de recomposição mais gradual nas últimas leituras e agora acelerou com mais força, de 0,30% a 0,71% entre junho e julho, foi apontada pelo J.P. e pelo Credit como um dos motivos para as revisões.

“Na nossa visão, o cenário para a inflação se deteriorou recentemente e o IPCA-15 de hoje reforçou essa tendência”, afirmam Cassiana Fernandez, economista-chefe para Brasil do J.P. Morgan, e o economista Vinicius Moreira em relatório a clientes. A surpresa para cima foi concentrada em serviços mais voláteis, como passagens aéreas e seguro para veículos, mas outros preços mais “persistentes”, como aluguel, também subiram mais que o esperado, observaram eles.

Segundo Cassiana e Moreira, parte do aumento registrado na prévia de julho é provavelmente temporário, influenciado pelo processo de normalização da economia após a diminuição de restrições à mobilidade, mas essa pressão pode ser um pouco mais duradoura. “Estamos traçando uma recuperação mais forte dos serviços no restante do ano, principalmente nas próximas leituras do IPCA”, dizem.

Além disso, os preços agropecuários voltaram a aumentar no atacado, acrescentam os economistas do J.P, enquanto os preços de bens duráveis devem perder fôlego em algum momento devido à apreciação cambial, mas seguem elevados no curto prazo em razão dos maiores custos de produção. Esses foram os outros dois fatores que levaram o J.P. a esperar um IPCA de 7% em 2021. A projeção de 3,7% para 2022 foi mantida.

Já o Credit Suisse aumentou também a estimativa para o avanço do indicador oficial de inflação no próximo ano, de 4,5% para 4,7%. A meta definida para o período é 3,5%. “O principal ‘driver’ para o aumento das nossas expectativas é a inflação de serviços mais alta neste ano e no próximo”, apontam a economista-chefe do Credit, Solange Srour, e o economista Lucas Vilela, também em relatório a clientes.

Para Solange e Vilela, a aceleração dos serviços no IPCA-15 deste mês refletiu não só a reabertura da economia, mas também o repasse da inflação maior em outros grupos aos preços do setor. “Já prevíamos que a economia brasileira veria um repique forte da inflação devido à forte depreciação cambial, à valorização de commodities, à reabertura e à inércia elevada, mas desde o fim de 2020, as surpresas para cima têm sido impressionantes”, avaliam eles.

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