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quinta-feira 13 de agosto de 2020 às 10:15h

Como a Lava Jato fez do doleiro e ex-bilionário Messer um novo milionário

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Uma peça de ficção verdadeiramente cinematográfica — alô, José Padilha! — está em curso e, ora vejam, a prevalecer o entendimento de Edson Fachin, segundo quem forças-tarefa são entes autônomos, separados do Ministério Público Federal, a Lava Jato se eterniza por algumas décadas, mas seu eixo deixará de ser Curitiba e passará a ser o Rio de Janeiro.

Segundo a coluna de Reinaldo Azevedo, a imprensa estampou títulos no que antigamente se chamava “letras garrafais”. Eram variantes em torno desta suposta verdade: “Doleiro faz maior acordo de delação premiada da história”. Ou ainda: “Lava Jato faz delação de R$ 1 bilhão”. Na TV, um comentarista esbarrou nos chamados “mistérios gozosos” ao tratar do assunto. Cheguei a temer pelo decoro — refiro-me ao pessoal; o jornalístico já tinha ido havia algum tempo.

E quais são os supostos fatos conforme se anunciam?

– Dario Messer entregará aos cofres públicos R$ 1 bilhão;

– o dito doleiro dos doleiros terá uma pena de 18 anos e nove meses;

– é o maior acordo da história;

– filhos seus e ex-mulher já haviam fechado um outro de R$ 370 milhões.

O que já se sabe de efetivo sobre ele? Uma espécie de banco informal de Messer movimentou entre 2011 e 2017 US$ 1,6 bilhão. Ele seria ainda o controlador de um banco de verdade: o Evergreen (EVG), em Antígua e Barbuda. Operações legais e pilantragens se misturam.

Ele aceitou entregar ao Estado o que já está com o Estado — o tal R$ 1 bilhão — em troca da módica quantia de R$ 50 milhões. Isso mesmo: antes do acordo, Messer estava sem nada. Depois dele, deixou de ser um ex-bilionário para ser um novo milionário.

Messer entregou uma lista de, atenção!, 400 clientes ao Ministério Público Federal. Como também fazia operações legais, vai saber como as coisas lá estão misturadas. Na prática, notem, pode-se dizer que ele vendeu essa lista por nada módicos R$ 50 milhões. E agora a Lava Jato do Rio fará dela o uso que lhe parecer melhor. Se depender de Fachin, a decisão será olímpica. Sem precisar prestar contas a ninguém.

A homologação da delação de quem estava sem nada e agora está com R$ 50 milhões foi feita pelos juízes da 2ª e 7ª Varas Federais do Rio, cujos titulares são Alexandre Libonati e Marcelo Bretas.

Bretas é terrivelmente evangélico e candidato a uma vaga no STF.

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