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domingo 4 de outubro de 2020 às 15:55h

Eleições 2020: Mais de 1 milhão de mesários devem trabalhar no 1º turno

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Número é uma estimativa do TSE considerando todas as seções eleitorais do Brasil e também os 406 locais específicos para justificativa de voto

Ao menos 1,6 milhão de mesários devem trabalhar no 1º turno destas eleições. A estimativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considera a norma que determina, no mínimo, quatro mesários por seção eleitoral. No total, há 401.364 seções eleitorais no Brasil. Além disso, há também 406 locais específicos para justificativa de voto, onde devem ajudar quatro mesários cada. O total estimado, portanto, é de 1.607.080 mesários.

Os números foram fornecidos pelo TSE por meio da Lei de Acesso à Informação e publicados pelo G1. O número exato de mesários só deve ser oficializado após o 1º turno das eleições, de acordo com o TSE. Em 2018, a estimativa foi de 1,9 milhão de mesários.

Para ser mesário, o eleitor precisa completar 18 anos até o 1º turno das eleições e tem de estar em dia com a Justiça Federal. Candidatos e os respectivos parentes não podem ser mesários. Os Tribunais Regionais Eleitorais estimulam que os eleitores se voluntariem para a atividade pelo programa “Mesário Voluntário”.

Neste ano, em razão da pandemia da Covid-19, os mesários foram convocados por e-mail ou por mensagem no WhatsApp. A mensagem continha uma senha que devia ser inserida no site do TRE e que confirmava a participação do mesário. Quando não houve resposta, a Justiça Eleitoral enviou uma carta a quem foi convocado ou se voluntariou para a função.

O estado com o maior número de mesários deve ser novamente São Paulo, onde 343.168 pessoas vão ajudar no primeiro turno das eleições. Os mesários devem atuar nas 85.792 seções eleitorais de SP. As justificativas devem ser feitas preferencialmente pelo site ou pelo aplicativo e-Título.

Orientações eleitorais

A porta-voz do TRE-SP, Nadhia Pinheiro, lembra que pessoas idosas ou do grupo de risco, caso tenham solicitado, foram dispensadas de trabalhar como mesário nestas eleições. Apesar disso, ela afirma que a Justiça Eleitoral deve fornecer e orientar o uso de máscara, álcool em gel e face shield para uso dos mesários. Os mesários também devem manter a distância de pelo menos 1 metro.

“Uma das funções do mesário é organizar a fila, então ele deve trazer para frente os eleitores preferenciais, como os idosos, para votar com prioridade. É importante reforçar a obrigatoriedade do uso de máscara para os eleitores e para os mesários. O eleitor deve levar a sua caneta, votar logo, não ir acompanhado e já retornar para a sua residência”, diz, lembrando que os eleitores com 60 anos ou mais têm horário preferencial para votar: das 7h às 10h.

Ela lembra ainda que neste ano o treinamento dos mesários em São Paulo foi online (por meio de site ou aplicativo) em razão da pandemia. Além disso, ela acrescenta que houve um aumento no número de eleitores voluntários logo após o início da campanha do TSE. “Apenas na primeira semana foram 40 mil inscrições para mesário voluntário em São Paulo”, diz.

O TRE-SP diz que recebeu 75.026 inscrições para mesários voluntários em 2016 e 109.630 em 2018. Nestas eleições, o número foi de 177.273.

Além do treinamento online, o TSE disponibiliza outros materiais para facilitar a organização e os procedimentos em seções eleitorais, como o Manual do Mesário e o Guia Rápido do Mesário. O aplicativo “Mesário”, disponível para Android e iOS, também tem, por exemplo, uma lista dos materiais da seção eleitoral, com orientações sobre o início e o fim dos trabalhos dos mesários.

Todos os mesários recebem ainda, no dia da eleição, um auxílio-alimentação por turno trabalhado. O valor varia de acordo com o estado, mas não pode ultrapassar o teto de R$ 40.

Veja outros benefícios em ser mesário:

Dois dias de folga para cada dia trabalhado como mesário;

Dois dias de folga para cada dia de treinamento oferecido pela Justiça Eleitoral;

Certificado dos serviços prestados à Justiça Eleitoral;

Auxílio-alimentação de até R$ 40;

Preferência no desempate em concursos públicos (desde que previsto em edital);

Utilização das horas trabalhadas nas eleições como atividade curricular complementar em algumas universidades.
Cuidados com a Covid-19

O servidor público Cleidson Vinhas, de 33 anos, mora em Pelotas (RS) e é mesário desde 2008. Neste ano, ele recebeu por e-mail a convocação para ser mesário e já confirmou pela internet a presença, onde também fez o treinamento. “Eu gosto, é bem legal trabalhar na seção eleitoral. A gente tem que cuidar dos eleitores e não pode ter boca de urna.”

Ele conta que ainda não teve o novo coronavírus, mas que não tem medo pois tem tomado todas as precauções. Vinhas diz ainda que deve usar máscara, face shield e bastante álcool em gel e que não haverá coleta de biometria para evitar o contato físico. Para ele, o dia da votação também é um dia para rever conhecidos da cidade.

“Tem um eleitor que leva toda eleição um pacote de bala para os mesários. São balas bem simples, um pacote de balas pra gente. A gente leva o chimarrão, mas vai ser complicado com a pandemia tomar na seção eleitoral. Neste ano não vai dar para compartilhar o chimarrão, e todo mundo estará de máscara”, diz.

Ele lembra ainda que, como as eleições vão começar mais cedo neste ano (às 7h, e não às 8h), os mesários devem chegar ainda mais cedo ao local da votação. Normalmente, os mesários chegam uma hora antes do início da votação e vão embora apenas uma hora após o término da votação (que se encerra às 17h). Esse tempo é usado para guardar todos os itens e preencher a ata da seção eleitoral etc.

Vinhas acrescenta que a seção eleitoral onde é presidente de mesa fica em uma quadra esportiva numa escola de Pelotas. Há, porém, dois degraus para entrar no local. Apesar disso, dois eleitores cadeirantes continuam votando lá. “A gente já alertou para eles trocaram de seção eleitoral, mas ainda não mudaram. A gente quer que eles participem e podemos ajudar também.” Segundo o TSE, 1,3 milhão de eleitores declararam ter alguma deficiência.

Entre os episódios mais difíceis ao presidir a seção eleitoral, Vinhas se lembra de uma vez em que um eleitor colocou adesivos de um candidato na urna. Os mesários foram alertados e precisaram tirar a propaganda e registrar o incidente na ata. Além disso, ele relata que alguns eleitores ainda se esquecem de votar para todos os cargos e já tentam deixar o local. O mesário deve orientar o eleitor a retornar à urna e concluir a votação.

“É chato quando faltam mesários no dia. Chega no dia, e eles não aparecem. O presidente da seção precisa convocar alguém para participar como mesário. Mas, no primeiro horário, há muitos idosos. É uma função difícil, cansativa. A gente fica em busca de alguém para ajudar. Eu gosto muito de trabalhar, pretendo trabalhar por muito tempo, para ajudar o país, fazer o país andar, ajudar no processo eleitoral. Você vê pessoas diferentes e pessoas que você não vê há muito tempo.”

Convocação para mesário

Em fevereiro de 2018, o TSE negou que o eleitor que muda de cidade e transfere o título de eleitor tem mais chance de ser convocado pela Justiça Eleitoral para ser mesário. A lei diz que os mesários são, preferencialmente, eleitores da própria seção eleitoral, dos quais se sobressaem “os diplomados em escola superior, os professores e os serventuários da Justiça”.

Segundo o porta-voz do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), Fernando Velloso Filho, os mesários que já foram convocados em eleições anteriores são mais propensos a serem convocados novamente porque já têm algum conhecimento e facilitam o processo. Ele diz que o benefício da folga tem repercussão no DF e serve como um chamariz para os servidores públicos, além da facilidade de acesso ao local da votação.

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