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quarta-feira 22 de julho de 2020 às 09:23h

Entenda como o Sars-CoV-2 inibe a síntese de proteínas de células humanas

CURIOSIDADES, NOTÍCIAS


Pesquisadores de Munique e Ulm, na Alemanha, determinaram como o Sars-CoV-2 inibe a síntese de proteínas em células infectadas. Em um artigo publicado na sexta-feira (17) na Science, eles explicam que o novo coronavírus de fato “desarma” o sistema imunológico inato do corpo.

Como explicam os cientistas, a proteína não estrutural 1 (Nsp1) codificada pelo Sars-Cov-2 é um dos instrumentos centrais usados pelo vírus para garantir sua replicação e propagação em hospedeiros humanos. A molécula foi identificada inicialmente durante o surto de Sars, causado por outro tipo de coronavírus, entre 2002 e 2003 na China.

Em todas as células biológicas, a tarefa de sintetizar proteínas é realizada por máquinas moleculares complexas chamadas ribossomos, estruturaas que interagem com os RNAs mensageiros (mRNAs), que servem como modelo para a síntese de proteínas. Estas organelas permitem que os componentes do mRNA sejam “traduzidos” em aminoácidos, formando novas proteínas. A sequência de aminoácidos, por sua vez, determina a forma e a função biológica de cada proteína individual.

Além disso, os ribossomos são formados por duas partes conhecidas como subunidades 40s (menor) e 60s (maior). O mRNA se liga à subunidade pequena antes de interagir com a grande, formando uma cavidade que permitirá a síntese de aminoácidos.

No novo estudo, entretanto, os cientistas mostram que a Nsp1 do Sars-Cov-2 afeta a subunidade 40s, impedindo sua ligação com o mRNA e, assim, interrompendo o processo celular. Segundo os especialistas, isso acontece porque a proteína se liga tão firmemente a uma parte da subunidade ribossômica que acaba inibindo a formação de ribossomos funcionais. A pesquisa também revelou que o Nsp1 pode interagir com organelas totalmente formadas.

Como explica o artigo, impedir a tradução de proteínas tem impacto direto no sistema imunológico, pois desativa um dos processos mais importantes do corpo. “Nsp1 bloqueia efetivamente as respostas imunes inatas dependentes [do receptor de mRNAs] que, de outra maneira, facilitariam a eliminação da infecção”, escreveram os especialistas.

A equipe espera que as novas informações ajudem no desenvolvimento de formas para neutralizar o novo coronavírus. Para eles, uma potencial abordagem seria desenvolver uma molécula que “mascara” o local de ligação da proteína Nsp1. “A caracterização estrutural do mecanismo inibitório de Nsp1 pode auxiliar o projeto de medicamentos [contra a Covid-19] baseados na estrutura contra do Sars-CoV-2”, afirmam no artigo.

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