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quarta-feira 13 de janeiro de 2021 às 13:46h

Exploração de ouro na Bahia gera empregos no interior

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Por conta da exploração de ouro realizada na cidade de Jacobina pela mineradora canadense Yamana Gold, Jacobina lidera a lista dos municípios baianos com maior arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

Dados informados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que monitora os relatórios de arrecadação emitidos pela Agência Nacional de Mineração, revelam que Jacobina arrecadou mais de R$ 22.9 milhões em 2020, ano de crise econômica agravada pela pandemia. O valor é bem superior ao de 2019, quando a arrecadação ficou em torno de R$ 12 milhões. O governo da Bahia atraiu, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), diversas de empresas e o secretário é o vice-governador João Leão (PP) que busca levar emprego e progresso para todas regiões do estado.

João Leão e diretória da mineradora – Foto: Ascom/SDE

A Jacobina Mineração e Comércio (JMC), unidade baiana da mineradora Yamana Gold, anunciou que planeja ampliar a produção de ouro em até 31% a partir de 2023, em Jacobina.

O aumento virá do aporte de cerca de US$ 57 milhões (dólares), que a empresa planeja fazer na mina e na planta de processamento do metal, entre 2021 e 2022. Com a expansão, a expectativa é de que a produção de ouro anual no município salte para 230 mil KOz (onças). Em 2019, a companhia obteve recorde na produção de ouro de 159,4 mil KOz.

“O setor mineral na Bahia vem crescendo assustadoramente. Com a ampliação, a Yamana, que já tem em seu quadro mais de 2 mil funcionários diretos e indiretos, vai criar 400 novas vagas na fase de ampliação e 250 empregos diretos na operação. A Bahia realmente tem aplicado recursos no setor mineral, um exemplo disso são as prospecções que estão sendo feitas na linha da Fiol, 100 km para um lado e 100 Km para o outro, no intuito de cada vez mais nós termos mais minérios prospectados, atrair empreendedores e gerar emprego e renda”, declara Leão.

Segundo Sandro Magalhães, vice-presidente de Operações Brasil-Argentina da Yamana Gold, o investimento de US$ 57 milhões será dividido em três áreas. US$ 35 milhões na planta, UU$ 14 milhões na área da mina e UU$ 8 milhões na área de infraestrutura. “Esperamos sair de 6,5 mil toneladas/dia de minério processado para 8,5 mil toneladas/dia. Com isso, a Bahia, que hoje é 3º produtor mineral de ouro do país, vai passar a ser uma mina de classe mundial”, ressalta.

A Yamana Gold é a 3ª maior mineradora de ouro em atuação no Brasil e a 1ª maior do estado. De acordo com o Informe Executivo de Mineração, produzido pela SDE, o município onde o empreendimento está instalado é o maior arrecadador da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). No ano passado, a Bahia foi a 4ª maior arrecadadora da taxa no Brasil. Somente o município de Jacobina foi responsável por 21% (R$ 12,2 milhões), dos R$ 57,9 milhões arrecadados no total. Com o novo projeto, que está com estudos adiantados, a cidade será ainda mais impactada com o desenvolvimento econômico e social da companhia.

Com a expansão, a expectativa é de que a produção de ouro anual no município salte para 230 mil Oz (onças), o equivalente a mais de 6.500 toneladas do minério.

Segurança

¨Esse recurso deveria ser revertido para a área de preservação ambiental da cidade, principalmente em investimentos nas comunidades tradicionais, as mais impactadas pela exploração mineral”, cobra o gestor ambiental Almacks Luiz, agente da CPT e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Os recursos do CFEM não são vinculados, ou seja, a lei não não obriga que o gestor utilize na área ambiental.

O ambientalista ressalta a necessidade de cumprimento da Lei de Segurança de Barragem que, entre outras exigências, estabelece uma Zona de Auto Salvamento (ZAS) no entorno da barragem, para casos de emergência.

“Não é recomendado ter construções nesta área de risco. Em Jacobina, há loteamentos com residências e prédios escolares, além do sistema de tratamento de água da cidade”, afirma Almacks ao portal Uol.

O promotor de Justiça do Ministério Público da Bahia, Pablo Antonio Cordeiro de Almeida, explica que não há proibição de que haja ocupação na ZAS, mas é necessário o cumprimento de protocolos de segurança. A população que ocupa essa área (em Jacobina, cerca de 2 mil pessoas), precisa estar preparada para, em caso de rompimento da barragem, deixar suas residências por rotas indicadas até um ponto central pré-estabelecido.

Por meio da assessoria, a mineradora garante que possui uma base de dados das pessoas e propriedades da Zona de Auto Salvamento, com as quais mantém contato direto e regular, a partir de um departamento dedicado ao relacionamento com as comunidades.

Também confirma ter dado treinamento para emergência, incluindo a simulação de um incidente com a participação de mais de 60% da população da zona.

A mineradora já possui duas barragens de rejeitos na bacia do rio Itapicuru. A primeira delas está em processo de fechamento por ter atingido o limite. Para Almacks Luiz, com o crescimento da exploração de ouro na cidade, há a necessidade de construção de novas barragens.

De acordo com o promotor, a segunda barragem da Yamana já foi construída com métodos mais modernos e seguros, incluindo a impermeabilização que impede o contato direto dos rejeitos com os lençóis freáticos. Mesmo assim, os riscos de rompimento não podem ser totalmente descartados.

O prefeito eleito de Jacobina admite que as gestões anteriores não priorizaram a utilização dos recursos advindos da CFEM para o fortalecimento do sistema de meio ambiente da cidade. Tiago Dias afirma que até o final de janeiro apresentará o resultado de estudos que estão sendo realizado no âmbito da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

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