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quarta-feira 3 de abril de 2019 às 04:42h

Ivete Sacramento defende necessidade de reparação

POLÍTICA


Esclarecer o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa e as alterações previstas na Secretaria Municipal de Reparação (Semur) através do Projeto de Lei nº 64/19. Esse foi o objetivo da presença da secretária Ivete Sacramento na Câmara de Salvador, na tarde desta terça-feira (2).

A atividade dirigida pelo presidente da Casa, vereador Geraldo Júnior (SD), com a presença de diversos vereadores, foi realizada no Salão Nobre.

Ao dar início aos trabalhos, o presidente do Legislativo destacou a necessidade de implantar o Estatuto em âmbito local. “É de interesse desta Casa levar a plenário esse projeto de suma importância, já instituído a nível nacional. Salvador, como primeira capital do país, não pode ficar distante deste processo”, frisou Geraldo Júnior.

Durante a apresentação, a secretária Ivete Sacramento falou sobre as políticas públicas promovidas pela Semur, implantada em 2003. Segundo a titular, a pasta desenvolve no Município – com 82% de negros – ações afirmativas e de reparação, além de buscar promover inclusão econômica da população negra.

De acordo com o organograma da gestão, a Secretaria responde pelo Conselho Municipal das Comunidades Negras e o Conselho Municipal de Promoção à Cidadania LGBT, que integra o texto da minirreforma administrativa do Executivo (PL nº 64/19), que tramita na Câmara. “Enquanto a gente discute, as pessoas estão morrendo, porque estamos negando o direito fundamental aos negros e ao público LGBT”, declarou.

Cotas e religião

Após a explanação da secretária municipal, alguns vereadores comentaram a apresentação. Presidente da Comissão de Reparação na Câmara de Salvador, Moisés Rocha (PT) lembrou do importante legado de Ivete Sacramento enquanto reitora da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). O vereador definiu a professora como “protagonista da política de cotas”. A medida de reparação foi adotada em 2002.
O feito também foi lembrado pelo vereador Sílvio Humberto (PSB). “Construiu e elaborou um capítulo importante da história da Bahia”, afirmou.

Integrantes da Frente Parlamentar em Defesa dos Templos Religiosos se pronunciaram sobre o texto do Estatuto da Igualdade Racial de Combate à Intolerância Religiosa. O grupo defendeu a aprovação do projeto, mas ressaltou a necessidade de maior abrangência, além do foco nas religiões de matriz africana. “É preciso contemplar a população negra evangélica também”, exemplificou a vereadora Lorena Brandão (PSC).
“Realmente nós precisamos contemplar as outras religiões, mas estou aqui para reafirmar a necessidade de políticas de reparação em relação às religiões de matriz africana”, pontuou Ivete Sacramento.

Repúdio

No final da apresentação, a secretária leu uma carta em voz alta que taxou como exemplo do que é preconceito e discriminação racial no País. O texto enviado pelo emissor, que se refere à então reitora como “distinta crioula”, critica a reserva de 40% das vagas na universidade para afrodescendentes e atribui a ausência dos negros nas salas de aula e presença nas cadeias ao “instinto e maldades típicos da raça negra”. “Isso que é racismo, isso que é preconceito, e é por isso que eu vivo e estou aqui”, declarou Ivete após a leitura, sob aplausos.

O texto ganhou registro de repúdio do presidente Geraldo Júnior: “Uma carta como esta mexe no conceito do que é uma vida. Há um preconceito estampado e tenha certeza, secretária Ivete Sacramento, que todos nós, independente das posições, estaremos respeitosamente ao seu lado nesta luta”.

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