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O vice-presidente Hamilton Mourão e o embaixador Todd Chapman Foto: Romério Cunha/Vice-Presidência
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sexta-feira 5 de fevereiro de 2021 às 16:25h

Joe Biden quer ser ‘parceiro’ do Brasil, diz embaixador dos EUA após reunião com Mourão

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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) recebeu nesta sexta-feira (5) o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, para tratar sobre a preservação do meio ambiente, em especial a Amazônia. Segundo o jornal O Globo, foi o primeiro encontro dos dois desde a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que está dando ênfase ao combate às mudanças climáticas, em uma guinada em relação à postura do ex-presidente Donalt Trump.

Chapman ressaltou a importância que Biden tem dado ao tema e disse que o país quer ser “parceiro” do Brasil:

— Falamos sobre muitos temas, mas claro, muitos temas relacionados ao meio ambiente. Realmente a administração do meu novo presidente, Biden, está enfatizando muito a importância da mudança climática. Nós queremos ser bons parceiros do Brasil nisso, como já estamos trabalhando muito. Foi excelente a conversa e vamos continuar falando.

O embaixador ressaltou a indicação do ex-secretário John Kerry como representante presidencial para mudanças climáticas e disse houve um aumento no interesse sobre a área:

— Vamos aumentar nosso interesse de trabalhar com o Brasil na área de mudança climática. Temos um novo representante presidencial, o secretário John Kerry. Temos muita atenção a esse tema e queremos trabalhar em conjunto com o Brasil sobre isso.

Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia, afirmou que o objetivo foi mostrar o trabalho que está sendo feito:

— Queremos mostrar o que estamos fazendo, abrindo este diálogo, via embaixada, e deixar claro que as informações todas que forem necessárias nós temos condições de mostrar, para ouvir a realidade que está acontecendo lá. Foi um diálogo muito bom.

O vice-presidente disse que ficou combinado que será feita uma apresentação em inglês com os resultados da próxima reunião do Conselho da Amazônia e que Chapman auxiliará na divulgação.

Recentemente, um dossiê pedindo que o governo americano suspenda a importação de madeira, soja e carne que estejam ligadas ao desmatamento no Brasi foi entregue a Juan González, diretor sênior para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional, órgão ligado à Casa Branca. O texto foi assinado por mais de cem acadêmicos e ativistas de ONGs.

A política ambiental do Brasil foi alvo de crítica de Biden durante a campanha eleitoral. No primeiro debate com o então presidente Donald Trump, em 30 de setembro, o então candidato democrata citou o Brasil ao mencionar o papel de liderança que os Estados Unidos deveriam assumir no tema.

— A Floresta Amazônica no Brasil está sendo destruída, arrancada. Mais gás carbônico é absorvido ali do que todo carbono emitido pelos EUA. Eu tentarei ter a certeza de fazer com que os países ao redor do mundo levantem US$ 20 bilhões e digam (ao Brasil): “Aqui estão US$ 20 bilhões, pare de devastar a floresta. Se você não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas — afirmou Biden, sem entrar em detalhes sobre que consequências seriam essas.

Na época, Bolsonaro disse que o Brasil não aceitaria “subornos” e classificou a declaração como “lamentável”. Depois, em um discurso inflamado durante evento no Palácio do Planalto dias após a eleição de Biden, em novembro passado, o presidente brasileiro fez uma menção indireta ao democrata, sem citá-lo nominalmente, e disse que a diplomacia não é suficiente para “fazer frente a tudo isso”.

Ele lembrou que “um grande candidato a chefe de Estado” disse recentemente que iria impor barreiras comerciais contra o Brasil se ele não apagasse os incêndios na Amazônia. E disse que é necessário ter pólvora para defender a região, ainda que não seja usada.

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