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sábado 10 de abril de 2021 às 09:43h

Mãe dos dois filhos do vereador Dr. Jairinho confirma à polícia agressões cometidas pelo vereador há oito anos

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Casada por 15 anos com Dr. Jairinho, a dentista Ana Carolina Netto, mãe de dois filhos do vereador, estava separada dele e se manteve calada desde o assassinato de Henry Borel, de 4 anos. Nesta última sexta-feira (9), ela quebrou o silêncio. Na 16ª DP (Barra da Tijuca), onde corre o inquérito sobre a morte do menino, Ana Carolina, de 42 anos, confirmou o relato que já havia feito à polícia, há oito anos, de que foi agredida pelo político quando os dois eram casados.

Em 2013, Dr. Jairinho, de acordo com Ana Carolina, deu chutes na então esposa no apartamento em que o casal morava, na Barra. Na época, ela chegou a fazer exame de corpo de delito, que atestou lesões compatíveis com sua denúncia, mas o caso acabou sendo arquivado. Desde então, ela não falou mais sobre o assunto.

O menino Henry, morto aos 4 anos
O menino Henry, morto aos 4 anos Foto: Reprodução

No depoimento em que relatou as agressões que sofria rotineiramente, a que o GLOBO teve acesso, Ana Carolina contou que, no dia 29 de dezembro daquele ano, por volta das 22h, o político a atacou depois ela que o viu dentro do carro, na garagem do prédio, falando ao celular com uma mulher e desistiu de fazer uma viagem que tinham programado. “Jairo, em um ataque de fúria, a segurou pelo braço e a arrastou até a cozinha, e lá passou a ofendê-la e a chutá-la diversas vezes com muita força”, diz o boletim policial.

O espancamento só parou quando a mãe de Ana Carolina intercedeu e pediu para que o vereador parasse com as agressões. A dentista disse à época, no depoimento, que a violência era constante na vida do casal, mas que havia piorado no período anterior ao registro de ocorrência. A defesa do político nega todas as acusações.

Múltiplas lesões

Jairo Santos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, de 43 anos, e a mãe de Henry, Monique Medeiros, de 33, foram presos na quinta-feira, suspeitos de homicídio duplamente qualificado e tortura. Henry, segundo a polícia, foi espancado na madrugada do dia 8 de março no imóvel em que vivia com Monique e o padrasto.

O menino foi levado pelos dois até um hospital particular da Barra, onde, de acordo com os médicos, já chegou morto, tendo sido infrutíferas as tentativas de reanimá-lo. Dr. Jairinho, que é médico, relatou não ter feito massagem cardíaca no menino porque nunca exerceu a profissão. Tanto ele quanto a mãe de Henry disseram que Henry, provavelmente, havia sofrido uma queda no quarto do casal.

O casal afirmou ainda que o casal encontrou a criança caída no chão, com as mãos frias, os olhos revirados e respirando mal. Porém, a morte foi considerada suspeita, e a necropsia do Instituto Médico Legal não corroborou a versão apresentada. O laudo constatou que o garoto sofrera múltiplas lesões, lacerações hepáticas, hemorragia interna, lesões na cabeça e contusões nos rins e nos pulmões, além de hematomas pelo corpo.

Testemunhas acuadas

Outro fator determinante para a polícia pedir a prisão do casal foi o acesso a mensagens de celulares que tinham sido apagadas no aparelho de Monique. Nelas, a mãe de Henry conversava com a babá Thayná de Oliveira Ferreira, que relatou que Dr. Jairinho havia se trancado no quarto, de onde o menino saiu mancado e reclamando de dor na cabeça. Ela disse à mãe que era sempre assim. Apesar disso, em depoimento à polícia, a babá omitiu qualquer agressão.

Até ser preso na última quinta-feria, Dr. Jairinho, nos últimos dias, teria perseguido testemunhas. Uma das ex-namoradas que revelou que a filha, quando pequena, teria sido agredida pelo vereador, teve fotos íntimas divulgadas. Em uma imagem, exibida pelo RJ2, da TV Globo, a mulher aparece nua, com a legenda: “Sou de Bangu e vereador Jairinho botou peito em mim”, referindo-se ao fato de o então namorado ter pagado as próteses de silicone.

A mesma reportagem mostrou que a defesa de Jarinho compartilhou vídeos em que funcionários do vereador desqualificam a testemunha. “Disse para muitas pessoas que estava com ele por causa do dinheiro”, afirma um dos funcionários, completando: “Agora disse que tinha medo dele?”.

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