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quinta-feira 20 de fevereiro de 2020 às 04:49h

Procurador da Zelotes contesta Lula e diz ser negro e da periferia

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Um dos momentos que mais chamou atenção dos presentes ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Justiça Federal nesta última quarta-feira (19) aconteceu quando o procurador da República Igor Miranda contestou algumas reclamações do petista e afirmou “ser negro e da periferia”.

A declaração do procurador foi segundo o G1 de Matheus Leitão, uma resposta a repetidas críticas de Lula ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal.

Na audiência desta quarta, referente a um processo da Operação Zelotes, da PF, Lula disse que estava cansado de “ilações” e que há “muita má-fé” e “leviandade” na acusação do Ministério Público.

A denúncia do MPF aponta suposto recebimento de propina pelo ex-presidente em troca da edição de uma medida provisória que favoreceu montadoras automobilísticas em 2009. Lula sempre negou ter sido favorecido pela edição da MP, aprovada posteriormente por deputados e senadores no Congresso.

Igor Miranda não participou da produção da denúncia. Ele foi para a Zelotes depois de o titular da investigação, Frederico Paiva, ter iniciado um curso de pós-graduação nos Estados Unidos.

Igor Miranda foi criado no chamado P Sul, em Taguatinga Norte, uma das regiões mais violentas do Distrito Federal.

Os pais do procurador conseguiram pagar o estudo do investigador com dificuldade, e o próprio Igor Miranda passou em outros concursos – como o de analista e o de técnico – antes de se tornar procurador.

Ao blog, Igor Miranda afirmou que a declaração foi apenas para mostrar ao ex-presidente que ele, como procurador, não se encaixava no estereótipo que o presidente muitas vezes reverbera quando trata de investigadores do Ministério Público.

“É comum – e quase sempre fracassada – a estratégia defensiva de desqualificação dos membros da acusação. No caso específico do ex-presidente Lula, muitas vezes associa diversos casos com suposta perseguição política e atuação oculta de elites nacionais e internacionais”, afirmou o procurador.

“Entretanto, as instituições públicas, inclusive o MPF, devem ser respeitadas no cumprimento de suas atribuições constitucionais. A PF, MPF e a Justiça Federal apenas cumprem suas funções, com análise de fatos e provas de forma imparcial. Pessoalmente, não me encaixo no estereótipo elitista utilizado no discurso do réu. Sou negro, oriundo de Taguatinga Norte, região satélite do DF e exerço minhas atribuições na busca da verdade processual (real)”, declarou Miranda.

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