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quinta-feira 5 de novembro de 2020 às 10:04h

Secretaria da Educação dá início ao Novembro Negro com live sobre as relações étnico-raciais na rede estadual de ensino

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A programação do Novembro Negro – mês dedicado ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro – foi aberta pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), nesta última quarta-feira (4), com a live sobre o tema “Educação para as relações étnico-raciais na rede estadual de ensino”.

A atividade on-line, transmitida pelo canal do YouTube da Educação Bahia, contou com as participações dos secretários estaduais da Educação, Jerônimo Rodrigues; de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins; de Promoção da Igualdade Racial; Fabya Reis; de Cultura, Arany Santana; e de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, além do presidente do Conselho Estadual de Educação, Paulo Gabriel Nacif, e do mestre em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas, Fábio Batista Pereira.

Mediada pela superintendente de Políticas para a Educação Básica da SEC, Manuelita Brito, a live foi aberta pelo secretário Jerônimo, que falou da importância da programação voltada ao tema da igualdade racial. “Esta agenda, que reúne cinco secretários de Estado, dá início às nossas atividades do Novembro Negro, com um debate valioso e quero agradecer a toda a comunidade escolar e aos meus colegas secretários e ao professor Fábio, que fazem desta agenda um momento muito especial de articulação de governo. A educação tem uma responsabilidade muito grande, junto com as outras frentes, de tornar vivo este tema da igualdade racial. O povo negro de todo o mundo merece todas as nossas honrarias pela sua história, pela sua luta, pelo sofrimento que passou e precisamos ajudar o planeta a entender a história do povo negro a partir da nossa comunidade, da nossa escola”.

A parceria com a Secretaria da Educação na agenda voltada à promoção da igualdade racial foi ressaltada pela secretária de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis. “É uma alegria enorme fazer parte deste momento especial no calendário do Novembro Negro e ao lado de gestores como Jerônimo, que tem sido um aliado de primeira hora das políticas de promoção da igualdade racial na Bahia. Tenho visto o quanto demos densidade, volume para que a gente avance, cada vez mais, na implementação das leis nº 10.639, sobre o estudo da África e a história afro-brasileira, e também da 11.642. Agradeço a parceria para que, de fato, a gente possa recuperar esta pauta e dar a celeridade e importância que ela tem para a agenda da população negra baiana e brasileira, não só no Novembro Negro, mas perpassando o conjunto do calendário que traz o tema da igualdade racial e o enfrentamento do racismo”.

A secretária estadual de Cultura, Arany Santana, destacou a importância de discutir o tema na atual conjuntura. “Este momento para mim, hoje, representa mais que uma oportunidade de ressaltar para as minhas colegas professoras e meus colegas professores que a luta pela igualdade de direitos para a população afrodescendente do Brasil não terminou com o fim da escravidão. Muito pelo contrário: é ali que ela começou e perdura até os dias atuais. Sabemos que a escola é um lugar onde são estruturadas as formas de agir e onde são moldados comportamentos, a partir do que é ensinado e aprendido. O nosso maior desafio ainda é fazer com que as pessoas acreditem que esta discussão é necessária. É necessário desconstruir a visão de que o negro não tem condições intelectuais e que não contribuíram para a identidade brasileira. Sabemos que essas mudanças não se limitam à escola, exige esforços de toda a sociedade, porque o racismo é presente e o tempo é de luta”.

A iniciativa da SEC de trazer à tona o tema da igualdade racial foi elogiada pela secretária de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira. “Considero este momento superimportante e o secretário Jerônimo tem tido um posicionamento muito destacado na qualificação da educação, com ações transversais e integradas para enfrentar os desafios impostos. Uma atividade como esta é muito importante porque não só abre as iniciativas da Secretaria da Educação como também nos diz que esta questão do racismo estrutural não se refere somente às pessoas negras. Combatê-lo é um desafio de toda a sociedade”.

Na sua fala, o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, ressaltou o simbolismo da atividade de abertura do Novembro Negro, promovida pela SEC. “Esta live é cheia de simbolismos e o primeiro deles é o fato de estarem aqui cinco secretários de Estado para reforçar a questão da transversalidade, da integração de um tema tão importante para todos nós. E o simbolismo maior está ligado ao momento que estamos vivendo em que é fundamental resistirmos, colocando para os nossos alunos e professores que precisamos reafirmar o mês de novembro como uma data específica, simbólica para recordarmos a luta do povo negro e dizer que o fascismo não vencerá e que o não vamos aceitar que os atuais dirigentes da Fundação Zumbi dos Palmares apaguem a história de Zumbi dos Palmares”.

O presidente do Conselho Estadual da Educação, Paulo Gabriel Nacif, também destacou a importância da discussão proposta pela SEC. “O mês de Novembro é sempre um momento importante para que a gente lembre da importância de uma educação antirracista, para que a gente possa avançar na construção de uma sociedade pós-racista. Esta é uma luta que sempre, neste mês, a gente lembra do tombamento de Zumbi dos Palmares. Não tenho dúvidas que é necessário lembrar que a escravidão explica uma sociedade tão autoritária como a nossa. A Bahia é um exemplo importante de inclusão educacional a partir do governo de Jacques Wagner e que a educação baiana avance cada vez mais”.

Mestre em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas, o professor Fábio Batista Pereira destacou a importância do debate, especialmente entre os educadores. “Discutir o Novembro Negro e o 20 de novembro é fazer a leitura da história. Onde houve escravidão, houve resistência. A população que viveu o trabalho forçado empreendeu diversas formas de resistência e os quilombos, talvez, constituam as formas mais emblemáticas e mais características desse processo. Quando as leis abolicionistas e o mundo cristão ocidental já colocavam limites para a permanência da escravidão, ali também vamos ter o protagonismo dos negros e das negras. E dentro desse contexto de resistência, os negros precisam ser colocados em uma condição de heróis e heroínas, para que possamos construir com os nossos estudantes as suas identidades e autoestima”.

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