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segunda-feira 2 de agosto de 2021 às 06:35h

Secretário de Turismo da Bahia fala sobre o carnaval de Salvador em 2022

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O novo titular da Secretaria de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, indicado pelo Podemos  disse em entrevista ao jornal Tribuna que ainda é muito cedo para fazer uma avaliação do desenvolvimento do Carnaval naquele modelo tradicional que temos aqui. E disse também que uma festa nas proporções que é o Carnaval de Salvador, não é só a vacinação na capital, na Bahia ou no Brasil. É preciso que exista uma segurança sanitária mundial, porque é uma festa que atrai pessoas do mundo todo.

Irmão do deputado federal João Carlos Bacelar, o novo colaborador do governador Rui Costa (PT) compartilha da opinião da gestão estadual para a retomada de eventos. “O governador diz que a ideia de fazer eventos-testes pode transmitir para a população uma situação de regularidade sanitária e, com isso, as pessoas deixarem de se resguardar como têm feito até o momento”, destaca. Ainda na entrevista, Maurício faz projeções para o trade turístico e revela projetos que pretende colocar em execução em sua gestão.

Tribuna – Qual é o diagnóstico que o senhor faz do turismo de um modo geral depois que o senhor assumiu, principalmente neste contexto de pandemia? Qual é a sua percepção inicial?

Maurício Bacelar – Nós estamos vivendo um momento especial, que é o momento da pandemia. Toda a energia do Estado está voltada para o combate ao Covid-19. E as ações de combate à pandemia afetam a economia como um todo, no momento em que restringe a movimentação e a reunião de pessoas. Mas nós aqui na Secretaria fizemos uma superposição dos gráficos de desenvolvimento da atividade turística do Estado com os gráficos de acompanhamento da Secretaria de Saúde na pandemia do Estado. O que é que nós observamos? Toda vez que o número de casos da Covid, o número de internações e de mortes crescem, a atividade turística decresce. Diminui o consumo de energia nos equipamentos com características turísticas, diminui a ocupação dos hotéis, diminui o número de passageiros nos voos, ferry-boat, rodoviária e o número de veículos nos pedágios do estado. Quando há uma diminuição do número de internados, de casos de Covid e de mortes, há um crescimento da atividade turística. E isso demonstra um acerto da política do Governo do Estado em priorizar a pandemia. É uma dificuldade momentânea que o setor vive, mas as ações do Governo são determinantes para uma retomada segura após a pandemia.

Tribuna – Agora que o senhor assumiu e fez um diagnóstico, quais serão as suas prioridades, planos e ideias para a sua gestão?

Maurício Bacelar – Meu primeiro passo aqui na secretaria foi ouvir o trade turístico e todos os atores que operam o turismo aqui no Estado. Desde os representantes de bares e restaurantes, até as companhias aéreas e as empresas que promovem os museus marítimos aqui no estado. Baseado nessas conversas, criamos um grupo de trabalho representado pelo Governo do Estado da Bahia, a Prefeitura de Salvador, a Assembleia Legislativa, a União de Prefeitos da Bahia e o trade turístico. Esse grupo de trabalho criou protocolos de procedimentos. Nós entendemos que esses protocolos podem ser desenvolvidos permitindo uma retomada gradual da atividade sem ferir as ações de combate à pandemia. Essas são as nossas propostas a curto prazo. A médio prazo, nosso entendimento é que temos que investir na capacitação do trade turístico baiano, dos empresários do setor e empregados dos empreendimentos com características turísticas. Por quê? Segundo pesquisas do Ministério do Turismo e a procura que têm tido nas plataformas de viagens, a Bahia é o destino mais desejado pelos brasileiros na pós-retomada. Nós temos que estar preparados para atender essa demanda que deve vir para a Bahia. Estamos também criando protocolos de segurança sanitária que serão distribuídos. Vamos estimular os equipamentos com características turísticas para que eles desenvolvam essas ações de segurança sanitária para dar uma tranquilidade aos nossos visitantes. Você há de convir que ninguém vai querer estar em um destino em que sua família e entes queridos não estejam devidamente protegidos.

Tribuna – Na sua avaliação, quais serão as principais mudanças e adaptações que quem trabalha no setor de turismo precisará fazer para se adequar ao novo momento que estamos vivendo? Apesar de a pandemia estar controlada, ela não vai desaparecer da noite para o dia.

Maurício Bacelar – Mesmo com a pandemia sendo controlada, novas variantes da Covid têm surgido. E a vacina, apesar de amenizar, não protege totalmente as pessoas. Então, é preciso que todos os empresários dos equipamentos com características turísticas garantam segurança sanitária para os seus clientes. Este, para mim, será o grande diferencial. A Bahia tem grandes destinos turísticos e muitas atrações. Naturalmente, as pessoas irão querer vir. Até porque, nós temos aqui no estado mais de 52 atividades turísticas a serem exploradas. Isso atrai ainda mais as pessoas para o nosso estado.

Tribuna – O senhor acha que existe a possibilidade de ter festa de Réveillon e Carnaval ou é ainda é cedo para fazer qualquer projeção?

Maurício Bacelar – Como bem o governador Rui Costa falou na semana passada, ainda é muito cedo para que a gente faça uma avaliação do desenvolvimento do Carnaval naquele modelo tradicional que temos aqui. E outra coisa, uma festa nas proporções que é o Carnaval de Salvador, não é só a vacinação na capital, na Bahia ou no Brasil. É preciso que exista uma segurança sanitária mundial, porque é uma festa que atrai pessoas do mundo todo.

Tribuna – No ano passado se falava que a vacina era a única esperança para retomar a economia. Agora, como o senhor mesmo falou, com as novas variantes a vacina já deixou de ser esse fator tão preponderante. O que a gente vai precisar fazer, além da vacinação, para ter uma retomada do setor turístico?

Maurício Bacelar – A vacina ainda é o melhor remédio contra a Covid, inegavelmente. A questão é o descompromisso do Ministério da Saúde com a campanha de imunização nacional. Por exemplo, Salvador tem recebido um número de vacinas muito inferior ao percentual da população, apesar da eficiência da Prefeitura em vacinar. O Governo da Bahia tem colocado à disposição das vacinas, quando chegam, uma logística muito eficiente de distribuição. Os prefeitos do interior também têm tido uma eficiência na aplicação. Mas, aqui e acolá, a gente vê prefeituras suspendendo a vacinação por falta do imunizante. É preciso que o Governo Federal se conscientize de que precisa liderar o movimento de vacinação no país, em vez de ficar criando factoides.

Tribuna – O senhor acha que as medidas adotadas no início da pandemia para combater o vírus e que, consequentemente, atrapalharam um pouco o setor turístico, foram acertadas apesar de tudo?

Maurício Bacelar – O Governo do Estado tem sido exemplo para o país, quando o número de infectados e de mortes é a metade da média nacional, o que mostra o acerto das medidas do governador Rui Costa.

Tribuna – E o Governo Federal? Como avalia a postura dele até o momento?

Maurício Bacelar – O Governo Federal tem atrapalhado a campanha de vacinação. O presidente não tem dado bons exemplos: ele tem aglomerado pessoas; tem ido a eventos públicos sem usar máscaras; e, aqui e acolá, desacredita na vacinação.

Tribuna – No ano passado, o setor turístico ficou praticamente paralisado. Em 2021, já dá para a gente falar numa recuperação ainda que pequena em relação ao que se deseja?

Maurício Bacelar – Estamos concluindo aqui na Secretaria de Turismo uma pesquisa com todo o setor turístico do Estado. Os dados estão sendo coletados e serão processados para que a gente possa verdadeiramente avaliar a perda que a atividade teve em nosso estado de 2020 para 2021. Agora, com esse avanço da vacinação aqui na Bahia e a queda dos casos de contaminados, é claro que nós estamos muito otimistas. A população respondeu favoravelmente ao chamamento público que o Governo do Estado fez para os cuidados que deveriam tomar durante os festejos de São João. No ano passado, nós tivemos uma aceleração de casos aqui na Bahia. Este ano, felizmente, a festa passou e nós não tivemos uma aceleração dos casos – o que demonstra que a população atendeu aos reclames do governo.

Tribuna – O senhor acha que a gente já tem condições de investir em eventos de menor porte? A Prefeitura de Salvador, por exemplo, está programando um evento-teste com 500 pessoas.

Maurício Bacelar – O governador falou que acha prematuro a realização de eventos-teste. O governador diz que a ideia de fazer eventos-testes pode transmitir para a população uma situação de regularidade sanitária e, com isso, as pessoas deixarem de se resguardar como têm feito até o momento.

Tribuna – O senhor falou que conversou com o trade turístico. Existe uma pressão por parte dos empresários do setor para uma retomada mais efetiva? Como lidar com essa pressão e conciliar esses interesses, pensando na saúde dos turistas e da população?

Maurício Bacelar – Veja bem, estou aberto ao diálogo com o setor. O setor tem pressionado para o retorno das atividades. Mas, quando eu mostro os gráficos do desempenho da atividade turística e os gráficos da incidência da Covid no Estado, os empresários entendem e conseguem enxergar que esta situação difícil que eles estão enfrentando por conta das restrições é o túnel para o desenvolvimento da atividade no futuro. Sem vida, não vamos ter atividade econômica. Os gráficos demonstram que, quando tem a queda da incidência da pandemia, há o crescimento da atividade turística. Mais uma vez, é como disse, é uma demonstração da política implementada pelo Governo do Estado.

Tribuna – Atualmente, como estão as obras do Prodetur? Em quais estágios estão e quais impactos elas sofreram com a pandemia, desde que o senhor assumiu a pasta?

Maurício Bacelar – O Prodetur é um grande projeto estruturante da Baía de Todos-os-Santos. Nós agora, vamos verdadeiramente, dar condições para a Baía mais desejada pelos velejadores do mundo, para que eles venham aqui se aproveitar deste grande patrimônio natural que o Estado da Bahia tem. O Governo da Bahia, em uma operação de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID], está investindo 70 milhões de dólares. E não só obras estruturantes que estamos fazendo. São 12 obras estruturantes no entorno da Baía, uma obra de valor cultural muito grande que é a recuperação do Museu Wanderley Pinho, além de ações sociais, ambientais e de estruturação e capacitação dos atores do turismo da Baía de Todos-os-Santos. Não é só a obra física, em que os velejadores e navegantes vão poder ter um conforto de atracar e abastecer as suas embarcações. Mas será uma ação estruturante na área social, ambiental e cultural.

Tribuna – Quais são as suas expectativas para a eleição estadual do ano que vem? O senador Jaques Wagner é o melhor candidato do grupo? Como o Podemos vai atuar?

Maurício Bacelar – Quem fala pelo partido na Bahia é o deputado Bacelar, que é o nosso presidente. Estou aqui na Secretaria de Turismo como soldado do governador Rui Costa para que o turismo do nosso estado cada vez mais gere emprego e renda para os baianos.

Tribuna – Quais são os outros investimentos que a Secretaria planeja executar?

Maurício Bacelar – O que nós temos observado aqui na Bahia é que, nas nossas três zonas turísticas, existe um interesse muito grande da iniciativa privada para fazer investimentos na operação do turismo. Temos observado e estamos planejando ações para estruturas desses destinos que estão sendo vislumbrados por esses empresários para operarmos. Entendemos que, se o empresariado tem se direcionado a alguns destinos da Bahia fazendo investimentos, é por conta de que esses destinos têm aptidão para gerar empregos no nosso Estado. Aqui no litoral norte, na Costa dos Coqueiros, a iniciativa privada tem uma previsão de investimentos até 2033 de algo em torno de 1 bilhão e duzentos milhões de dólares. Isso leva o Governo do Estado a ter um olhar especial para essa região. Através da Secretaria de Infraestrutura estão sendo planejadas construções de estradas e nós aqui no Turismo estamos também planejando ações estruturantes para potencializar os investimentos nessa região e ajudar a dar melhores condições aos visitantes.

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