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quinta-feira 1 de outubro de 2020 às 16:05h

Sementes ‘misteriosas’ da China chegam ao país e podem ser fraude; entenda

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Brasileiros estão recebendo pacotes de semente da China mesmo sem terem feito pedidos, o que levou o Ministério da Agricultura a investigar o caso. Segundo a pasta, foram recebidos 36 pacotes até agora, e a recomendação é que as pessoas não plantem as sementes, pois “ainda não é possível apontar os riscos envolvidos”. Há suspeita de prática de brushing, um tipo de fraude no comércio eletrônico.

Os pacotes têm chegado pelos Correios. Além da China, Malásia e Hong Kong também aparecem como remetentes. De acordo com o governo, houve registro de recebimento das sementes não solicitadas em oito estados até agora: São Palo, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

“Caso a pessoa não tenha feito compra on-line ou não reconheça o remetente, não utilize as sementes e leve o pacote para uma das unidades do Mapa em seu Estado ou entre em contato por telefone relatando a situação”, disse o ministério da Agricultura em nota à Reuters.

Esses pacotes “misteriosos” também chegaram a outros países, como Estados Unidos e Canadá. Não se tem ainda um explicação definitiva para o fenômeno, mas o Departamento de Agricultura dos EUA já trabalha com a possibilidade de que as encomendas indesejadas estejam relacionadas a uma fraude conhecida como brushing.

Golpe para melhorar ranqueamento

O brushing é uma estratégia para burlar o ranqueamento em sites de comércio eletrônico que funcionam como marketplace, ou seja, quando um único portal oferece produtos de muitas lojas diferentes. É o caso da Amazon e do Aliexpress, por exemplo.

Nesses sites, o número de encomendas é um importante fator de ranqueamento para os vendedores, assim como os comentários sobre as mercadorias.

A fraude funciona assim: um vendedor pega dados na internet de uma determinada pessoa e cria uma conta falsa no nome dela. Em seguida, compra um produto seu na loja virtual e despacha a mercadoria para o “cliente fantasma”.

Como esse “cliente” tem um endereço real, a ordem de pagamento é validada.

Muitas vezes os pacotes vão vazios ou com produtos de pouco valor, como sementes. Além de inflar artificialmente a venda de seus produtos, o vendedor ainda pode deixar um comentário positivo no site, melhorando sua reputação.

Segundo o ministério da Agricultura, o material que chegou ao Brasil foi enviado para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Goiânia para as análises técnicas. O ministério ressaltou ainda que a entrada de sementes no Brasil só pode ser originária de fornecedores de países com requisitos fitossanitários aprovados.

“A importação de vegetais sem autorização pode facilitar a entrada de pragas ou doenças que não existem ou estão erradicadas no país, além de causar prejuízos econômicos”, diz a pasta no comunicado.

Embaixada da China: indício de fraude

A embaixada da China no Brasil disse que soube pelo ministério da Agricultura e pela imprensa sobre os pacotes de sementes com etiquetas com ideogramas chineses.

“Uma verificação preliminar constatou que as etiquetas de endereçamento apresentam indícios de fraude, com erros no código de rastreamento e em outros dados”, disse em nota.

Ainda segundo a embaixada, as sementes são artigos de envio proibido ou restrito para os países membros da União Postal Universal (UPU), agência da ONU que coordena políticas e serviços postais entre as nações.

“Os Correios da China seguem rigorosamente as disposições da UPU e vetam o transporte postal de sementes”, completa a nota.

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