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segunda-feira 5 de julho de 2021 às 06:24h

‘Vamos cuidar da ponte Salvador, da Fiol, da Ponte Barra, do Polo Agroindustrial. É o governo de Rui e Leão’, diz vice-governador ao ser perguntado sobre eleição em 2022

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O vice-governador João Leão (PP) voltou a sinalizar em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia publicado nesta segunda-feira (5), que pode ser candidato ao Governo do Estado em 2022. O líder progressista tem dado declarações no sentido de que chegou o momento de o PT, que pretende lançar uma chapa com o senador Jaques Wagner, dar espaço para outras legendas após quatro mandatos consecutivos.

“Pode ser que o Partido Progressista fique com Lula. Agora estamos com o governo federal querendo ajudar o Brasil. Podemos estar com Lula, não tem problema nenhum. Já tivemos com Lula outras vezes. Ciro Nogueira é presidente nacional e eu sou o vice nacional. Nós nos entendemos perfeitamente bem. Eu entendo bem e ele me entende”, ressalta. O vice-governador ainda revela os projetos da Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), para a qual foi nomeado no início do ano.

Tribuna – Como está avaliando o andamento da produção industrial nestes últimos seis meses. Houve uma retomada? Qual é a expectativa? 

Leão – Retomada total. Só para ter uma ideia, agora no mês de agosto iremos inaugurar a primeira usina de açúcar e álcool na Região do Médio São Francisco. É uma usina que vai gerar quatro mil empregos diretos.

A vacinação é um dos pilares para retomar o desenvolvimento econômico?

Leão – A retomada está acontecendo justamente por conta da vacinação. Outra coisa importante que estamos fazendo é atualizando o plano de desenvolvimento territorial do estado da Bahia. Na Seplan, quando eu estava aqui a quatro anos atrás, nós fizemos o projeto de desenvolvimento econômico de cada território de identidade do estado. O estado tem 27 territórios de identidade. Estamos atualizando isso e vamos ver as demandas de cada região para incorporarmos isso ao novo projeto de desenvolvimento econômico, muito em parceria com empresas privadas. Eu aprendi muito com parceria, sem gastar dinheiro.

O senhor tem atuado para o fortalecimento do Polo Agroindustrial e Bioenergético da Região do Médio São Francisco. Como está conduzindo esse projeto? Quais serão os benefícios para a Bahia naquela região?

Leão – Nós já temos 22 projetos em implantação. Dos quais, quatro são de usinas de açúcar e álcool. Cada projeto desse gera algo em torno de quatro a cinco mil empregos. Tem uma que vai gerar 10 mil. Então, se você colocar uma média de cinco mil, as 11 usinas estão me dando 55 mil empregos diretos, podendo chegar aos 60 mil. E nós vamos incrementar a receita do estado da Bahia, que é a função da Seplan. A minha principal função aqui é aumentar a receita do Estado. Essas 11 usinas me dão uma receita de 12,4%.

Tem alguma previsão para o início das obras da Ponte Salvador-Itaparica?

Leão – Essa ponte vai dobrar a receita do Estado. Agora mesmo estava há pouco com o prefeito Belmonte. Com esta nova ponte que vamos fazer agora, ligando Canavieiras a Belmonte, vamos diminuir em 287 km a distância de Belmonte para Salvador. O prefeito aqui saiu quicando, feliz da vida.

No cenário nacional, qual é a sua avaliação sobre o desenrolar das questões em Brasília, sobretudo agora com a CPI da Pandemia?

Leão – O que nós precisamos é que esses políticos tomem juízo. Se a política toda tomar juízo, o Brasil anda sozinho. Cada um fazendo o seu pedaço, você junta com o todo, e transforma num país maior e melhor que os Estado Unidos. Vou lhe dar um exemplo: estou com a obsessão de ultrapassar São Paulo. A Bahia tem o dobro da área de São Paulo e tem 10 vezes mais riquezas naturais. A Bahia é a maior potência mineral do Brasil. No entanto, está tudo debaixo da terra. O que nós precisamos? Na semana passada, estive no Território do Vale do Paramirim ouvindo demandas. Meu amigo, o que tem de riqueza ali… Mina de ferro, de cobre, de chumbo e de tudo. Temos uma coisa que nós importamos e que é essencial para o desenvolvimento do estado, que é adubo. Lá você tem uma mina de fosfato. Sabe de onde vem o nosso fosfato? Da China. Nós temos uma mina de fosfato lá e eu vou cuidar de colocar para funcionar.

Sobre o possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o que pensa a respeito? É a favor ou contra?

Leão – Sobre o impeachment de Bolsonaro… Acho que deveríamos deixar Bolsonaro para lá, deixa ele cuidar da vida dele, e vamos tocar a vida do país, gente. Porque o impeachment de Bolsonaro pode ser daqui há um ano, com as urnas e um processo eleitoral na porta.

Como Partido Progressista vai atuar nas eleições, estaduais e nacionais, do ano que vem?

Leão – Na última eleição federal, em que Bolsonaro foi eleito, o Partido Progressista teve uma candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin com a senadora Ana Amélia. Aí, veja bem, nós ficamos aqui com [Fernando] Haddad. O PP é um partido regional. Cada estado toma a decisão que quiser. Essa é uma tradição dos Progressistas.

A atuação do Partido Progressista na Bahia pode ser diferente, já que o diretório nacional decidiu apoiar Bolsonaro?

Leão – Não sei. Pode ser que o Partido Progressista fique com Lula. Rapaz, agora estamos com o governo federal querendo ajudar o Brasil, entendeu? Podemos estar com Lula, não tem problema nenhum. Já tivemos com Lula outras vezes. Ciro Nogueira é presidente nacional e eu sou o vice nacional. Nós nos entendemos perfeitamente bem. Eu entendo bem e ele me entende.

Qual é a sua expectativa para a disputa nacional? Acha que vai ser uma disputa polarizada com Bolsonaro e Lula ou tem espaço para uma terceira via?

Leão – Não sei, pode ser que Bolsonaro não chegue nem lá. Se ele continuar com o desgaste que está tendo, pode ser que ele não chegue nem lá. Que venha um candidato de centro.

Aqui na Bahia, sobre a disputa ao Governo do Estado, que o senhor acha da candidatura de Jaques Wagner?

Leão – Eu acho que Wagner é um grande candidato. Se eu estivesse fora do processo, Wagner seria o meu candidato. Eu tenho uma amizade, um relacionamento com Wagner excepcional. Como tenho com Otto [Alencar] também, como tenho com Angelo Coronel. Mas acho que podemos colocar uma pimentinha a mais nessa eleição governamental.

E o que seria essa pimentinha aí?

Leão – Vamos caminhar um pouco mais para a frente. O que nós precisamos agora é cuidar da Ponte Salvador-Itaparica, da Fiol, da Ponte Barra-Xique-Xique, do Polo Agroindustrial do Médio São Francisco. Precisamos fazer a coisa acontecer. Isso é o governo de Rui Costa e João Leão estão fazendo. Então, agora, a minha política é trabalhar. As pessoas gostam muito de política. Eu gosto de política, mas a política do trabalho, da realização, de fazer acontecer. Essa é a minha política.

O senhor sempre foi muito atuante como secretário e vice-governador, viaja muito, e conhece muito o Estado. E tem se falado muito da possibilidade de surgir uma terceira via, com o ministro João Roma. O que acha disso?

Leão – Acho que essas especulações temos que deixar para 2022. Meu caso agora é viabilizar a Ponte Salvador-Itaparica… Almocei essa semana com a CR20, que é a empresa que vai fazer a ponte. O que eu quero é realizar, fazer acontecer. O governador Rui Costa e eu queremos dobrar a receita desse estado. Tome nota: a Ponte Salvador-Itaparica eleva a receita do Estado de R$ 50 bi para R$ 100 bi. As usinas de açúcar e álcool representam 12,4% – então, vai para R$ 110 bi. E a Fiol nos dá mais R$ 20 bi de receita com todos esses novos projetos de mineração, facilidade de escoamento. Então, você vai para uma receita de R$ 130 bi. Alcançou isso? Vamos dobrar novamente e ficar igual a São Paulo, que tem R$ 230 bi. Quero ultrapassar o Estado de São Paulo. Não é impossível, não é sonho.

Na sua avaliação, de acordo com a sua experiência, o ex-prefeito ACM Neto chega forte na disputado do ano que vem? Qual é a sua expectativa para esse cenário que se desenha? 

Leão – Gosto muito de Neto e fiquei muito feliz quando ele deu o braço ao governador Rui Costa e o acompanhou em todas as decisões que tomamos em função da pandemia. Fizemos uma aliança com a prefeitura de Salvador, bem como com todos os municípios da Bahia para resolver as questões da pandemia. Só para você ter uma ideia, no período da pandemia, o Estado da Bahia foi o que mais aplicou em Saúde no Brasil. O primeiro foi a Bahia e em segundo foi São Paulo. Agora, em investimentos, São Paulo foi o primeiro e a Bahia foi o segundo. A minha obsessão são os investimentos. Se você transformar o Brasil em um trem e cada estado representando um vagão, a locomotiva é São Paulo. A Bahia estava em 23º lugar e hoje nós somos o 7º. Quero ser o primeiro.

E o que o senhor acha sobre a provável candidatura de ACM Neto? 

Leão – Se ele não desistir. Essa semana li uma notícia de que o candidato dele será Paulo Souto. Vi num blog desses aí.

Gostaria de deixar alguma mensagem ou mencionar algo que não falamos? 

Leão – Temos hoje 251 protocolos de energia renováveis. Temos 196 parques em operação e 137 parques em construção. A cada dia vou inaugurar um parque. Vai ser praticamente um por dia até o final do ano. Esses parques geram 55 mil empregos diretos na sua base de construção. Um outro absurdo é a Bahia estar nessa tarja vermelha da energia. Nós fizemos o nosso dever de casa, implantamos uma energia limpa no estado. Tem 10 anos que luto por isso. E agora, quando chega na hora de usufruir disso, os caras colocam a Bahia e o Brasil inteiro em tarja vermelha. Não tenho culpa se os outros estados não fizeram o seu dever de casa. A Bahia fez. Estou pensando seriamente em entrar com uma ação contra a União para que a Bahia fique de fora da tarifa vermelha. Estou falando como João Leão, pessoa física. A minha conta lá de casa aumentou R$ 200. Todos estão prejudicados. Não tem sentido um negócio desses. Nós produzimos hoje 54,7% da nossa energia consumida.

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