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domingo 8 de dezembro de 2019 às 18:34h

AL-BA: Iorubá pode ser declarado como Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia

POLÍTICA


De acordo com o deputado, os terreiros são os guardiões destas expressões linguísticas e culturais

Declarar como Patrimônio Imaterial do Estado o idioma em iorubá, praticado nas religiões de matriz africana é o que propõe o deputado estadual Marcelino Galo (PT) em projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Ao defender a proposta, Galo destacou a importância de se manter viva a memória ancestral, “especialmente se tratando de um país como o Brasil, fundado por meio da escravidão e que até os dias de hoje insiste em não se reconhecer como uma nação negra da diáspora africana”.

De acordo com o deputado, os terreiros, como são popularmente denominadas as casas tradicionais de matrizes africanas, apresentam-se como guardiões destas expressões linguísticas e culturais através dos seus cânticos sagrados, rezas, lendas, encantamentos, nomes de divindades e até mesmo pelas formas de identificação das pessoas iniciadas no culto e os cargos exercidos dentro da sua organização.

“Nos barracões, é muito comum as pessoas se comunicarem utilizando palavras da língua originária da região onde atualmente está a Nigéria. No Candomblé ketu e efon, licença vira àgò e comida se transforma de ajeun e por aí vai, portanto, o idioma ioruba, além de uma ferramenta de comunicação, é um símbolo de resistência cultural”, argumenta Marcelino Galo, na justificativa ao projeto.
Daí a importância, argumentou ele, de se manter viva a memória ancestral, especialmente se tratando de um país como o Brasil, fundado por meio da escravidão e que até os dias de hoje insiste em não se reconhecer como uma nação negra da diáspora africana.
“A defesa do Iorubá como patrimônio imaterial do nosso Estado atua em consonância com uma série de outras ações afirmativas, além de buscar impedir a escalada da intolerância religiosa que persegue os cultos de matriz afro-brasileira”, afirmou ele, pontuando: “Por conta do preconceito, da ignorância, maldade e porque não afirmar da intolerância religiosa propriamente dita, a cada dia o idioma ioruba vem sofrendo com cerceamentos, banimentos, boicotes e desmerecimentos sociais”.

Para Marcelino Galo, é necessário que o Estado da Bahia assuma o seu papel histórico na defesa de sua cultura e decida pelo tombamento imaterial deste idioma, “para que haja o devido reconhecimento, preservação e difusão daquela língua, criando não só um marco, mas um precedente para outros falares e saberes de origem africana”.

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