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domingo 1 de dezembro de 2019 às 10:16h

Aliança pelo Brasil vai tornar negociações com Congresso ainda mais difíceis, diz revista

POLÍTICA


Apesar da relativa calma neste final de ano — Brasília já funciona como se o Natal fosse na semana que vem —, nada indica para o governo um cenário político tranquilo em 2020.

Segundo a revista IstoÉ, a dificuldade de diálogo republicano com o Congresso permanece. E deve ser agravada com a formalização da Aliança pelo Brasil , que deve, inicialmente, retirar quadros do PSL. Seu novo partido deverá, conforme publicação, ser formado por um senador e cerca de trinta deputados, número sensivelmente inferior aos do PSL após a eleição de outubro de 2018. Isto levará ao aumento da dificuldade para aprovação de projetos considerados fundamentais por Bolsonaro, diz a IstoÉ.

Isto se a Aliança conseguir obter o registro legal a tempo de disputar as eleições municipais. Sem contar que os mais aguerridos defensores dos projetos do governo acabaram permanecendo no PSL — e estão desgostosos com o presidente.

2020 será um ano eleitoral. E dentro da tradição brasileira, nenhum parlamentar vai apoiar qualquer projeto que retire direitos ou que não represente ganhos para os municípios. Muitos deles sabem que só voltarão ao Parlamento em 2022 se obtiverem base municipal, isto é, se elegerem prefeitos que vão, dois anos depois, servir como cabos eleitorais. Por isso, entre agosto e outubro, o Congresso deverá funcionar com baixo quórum. Os parlamentares deverão ter participação ativa nas eleições municipais. Outro fator complicador será o apoio de Bolsonaro a candidatos adversários daqueles que serão sustentados pelos deputados e senadores. Isto se refletirá em votações cruciais para o governo.

O presidente tem enorme dificuldade para fazer e entender a política. Dentro do campo autoritário, onde navega, acredita que o debate e o convencimento são fatores que dificultam a ação administrativa.

Não sabe ouvir — e muito menos debater. E se o cenário de crescimento econômico próximo a apenas 1% permanecer, o que é provável, levará a uma relação pouco amistosa com os principais protagonistas da política nacional. Pior ficará se confrontar governadores, antecipando o clima eleitoral de 2022 para 2020. Eventuais posicionamentos sobre a política externa — tanto no campo político, como no econômico — poderão ter reflexos negativos internamente. A insistência em colocar a permanência no Mercosul em questão é uma delas. Estados do Sul sabem da importância deste acordo para suas economias.

O governo precisará rapidamente apresentar bons resultados econômicos e obter estabilidade política, sob risco de não passar no teste das urnas em 2020. Ao apostar em um novo partido – que pode nem sair – o presidente perde base por ignorar o peso das eleições municipais de 2020 .

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