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quinta-feira 22 de abril de 2021 às 19:33h

Cinco empresas apoiadas por Bill Gates e outros bilionários para salvar o planeta

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Quatro anos atrás, Bill Gates lançou um fundo de US$ 1 bilhão, chamado Breakthrough Energy Ventures, que reuniu mais de 20 (agora 28) investidores com ideias semelhantes para investir em descobertas científicas que têm o potencial de fornecer energia limpa barata e confiável para o mundo. O objetivo final é levar ao mercado novas tecnologias de emissão zero.

Desde então, a iniciativa tem apoiado dezenas de startups que desenvolvem inovações de tecnologia verde, que vão desde a substituição de combustíveis fósseis por equivalentes livres de carbono, até a invenção de alternativas à proteína animal. “Estamos focados apenas em investimentos que terão um efeito substancial nas mudanças climáticas”, disse Gates à Forbes no início deste ano. Até agora, apenas uma das startups apoiadas abriu seu capital via SPAC: a fabricante de baterias de metal de lítio em estado sólido QuantumScape, que ainda não começou a vender suas baterias. Algumas das inovações em energia limpa nas quais a Breakthrough Energy Ventures investe são pioneiras, e a tecnologia pode levar uma década ou mais para ser desenvolvida. Mas encontrar soluções é um imperativo. “Se quisermos evitar um desastre climático, temos que passar de 51 bilhões [toneladas de gases de efeito estufa] para zero em apenas 30 anos”, diz o grupo em seu site.

O fundo levantou mais de US$ 1 bilhão no início deste ano para financiar mais startups, com Gates como o maior investidor. Alguns dos outros 24 patrocinadores bilionários são o magnata indiano Mukesh Ambani, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, o fundador da Bloomberg, Michael Bloomberg, o fundador do Virgin Group, Richard Branson, o cofundador do Alibaba, Jack Ma, e a CEO da gigante de fundos Fidelity, Abigail Johnson. Gates disse à Forbes em fevereiro que “investiria pelo menos US$ 2 bilhões” a mais em tecnologias de carbono zero nos próximos cinco anos.

No Dia da Terra, a Forbes analisa cinco empresas do portfólio da Breakthrough Energy que estão construindo soluções inovadoras para ajudar a salvar o planeta:

Boston Metal

Aço de baixo carbono Por milhares de anos, o aço foi produzido da mesma maneira: misturar minério de ferro com coque (um subproduto do carvão mineral) e colocá-lo em um forno de alta temperatura. O resultado é um produto com alto teor de carbono, que é então colocado em uma fornalha onde o carbono é queimado para se tornar aço. Todo o processo resulta em emissões significativas de carbono (a produção de aço é responsável por 7% de todos os gases de efeito estufa anualmente), todos os quais a Boston Metal promete eliminar por meio de um método de óxido metálico chamado eletrólise. Esta nova tecnologia usa células eletrolíticas em vez de um forno, e eletricidade em vez de carbono, ao final, ela emite oxigênio em vez de dióxido de carbono. A siderurgia baseada em eletricidade foi demonstrada pela primeira vez por pesquisadores do MIT no início de 2010, levando à criação da Boston Metal como uma empresa subsidiária. A firma de Woburn, em Massachusetts, nos Estados Unidos, fechou uma rodada de financiamento de US$ 50 milhões no início deste ano, avaliada em US$ 165 milhões, de acordo com o Pitchbook. O CEO da companhia, Tadeu Carneiro, diz que planeja usar os fundos para manter a planta piloto da empresa funcionando continuamente até o final de 2022. Depois disso, Carneiro espera construir a primeira instalação industrial da Boston Metal até 2024 e começar a produção comercial no ano seguinte.

Lilac Solutions

Extração de lítio aprimorada em laboratório Para alimentar o número crescente de veículos elétricos em todo o mundo, os fabricantes de automóveis precisam de baterias de íon de lítio. A maior parte do lítio do mundo é encontrada em salmouras, que são depósitos de água salgada encontrados principalmente em desertos. A mineradora de lítio Lilac Solutions apresenta uma tecnologia exclusiva que substitui o antigo processo de extração de lítio com uso intensivo de água por um novo método, que usa troca iônica e muito menos água. O cofundador e CEO Dave Snydacker diz que a tecnologia da Lilac é mais rápida e mais barata do que os métodos existentes. “Precisamos colocar essas salmouras em produção”, diz ele. “Caso contrário, todas as promessas que fabricantes de veículos elétricos como GM, Volkswagen e Tesla têm feito sobre um futuro 100% elétrico, não acontecerão.” A Lilac trabalha com proprietários de recursos – produtores de lítio legados, empresas de petróleo e gás que buscam entrar no mercado e pequenos desenvolvedores – desenhando os sistemas de extração que eles usam para os projetos. Salmouras são alimentadas em um tanque cheio de pequenos grânulos que, por um processo de troca iônica, são capazes de absorver o lítio. A startup baseada em Oakland tem projetos em andamento no Chile, Argentina e Estados Unidos – as Américas são sua principal área de atuação – bem como Europa e Ásia.

Pachama

Inteligência Artificial para conter o desmatamento O empreendedor Diego Saez Gil fundou duas startups de viagens antes de decidir mudar de marcha com a Pachama. Nascido próximo às florestas da Argentina, Saez Gil teve a ideia da nova empresa após fazer uma viagem sabática pela América do Sul, onde viu um desmatamento significativo. A Pachama serve como uma plataforma semelhante à Zillow, que permite às empresas comprar créditos de carbono para financiar o reflorestamento, que por sua vez aumentará a quantidade de carbono capturado pelas árvores. A empresa recebe uma comissão por cada crédito de carbono vendido. “Estou conversando com muitos CEOs de grandes empresas de tecnologia e todo mundo vê [a urgência]”, diz ele. “Todo mundo está começando a agir”. A Pachama incorpora inteligência artificial como uma ferramenta de monitoramento para analisar seus projetos de reflorestamento com a ajuda de organizações, como a NASA, que fornecem dados Lidar (tecnologia à laser) de satélites, gerando varreduras tridimensionais que detectam a distância de um objeto da câmera. A tecnologia Lidar, também usada em carros autônomos, permite a criação de um mapa detalhado de uma área que a Pachama analisa por meio de algoritmos e prevê o número de árvores e a quantidade de carbono em uma determinada porção de uma floresta. “O olho humano não poderia saber disso”, observa Saez Gil. A startup atualmente concentra a maioria de seus projetos nos Estados Unidos, México e na floresta amazônica, onde os melhores dados Lidar estão disponíveis. Ela é uma das várias startups de tecnologia verde apoiadas pela gigante do comércio eletrônico Amazon. Jeff Bezos também é investidor da Breakthrough Energy.

ZeroAvia

Aviões movidos a hidrogênio A ZeroAvia está construindo motores com emissão zero para aeronaves. Seu plano de acabar com a combustão de combustível fóssil ao alimentar aviões com motores de célula de combustível de hidrogênio atraiu concessões e financiamento do governo do Reino Unido e da British Airways, que o impulsionou para uma avaliação de US$ 150 milhões, de acordo com o Pitchbook. O apoio britânico levou ao início da construção de uma segunda instalação em Cranfield, Inglaterra, junto com sua sede em Hollister, na Califórnia. “Esperamos ter nosso primeiro lançamento de produto, uma aeronave de 20 lugares, para uso comercial em cerca de três anos”, disse o fundador e CEO Val Miftakhov. Mais adiante, a ZeroAvia prevê 2040 como a meta para um motor de célula de hidrogênio que pode alimentar um avião transoceânico de 200 lugares. Ainda assim, ainda há muito progresso a ser feito – seus testes de voo atuais dependem fortemente do uso de baterias poderosas junto com as células de hidrogênio. “A aviação é o segmento de transporte que mais cresce, as emissões estão ficando cada vez mais maiores”, diz Miftakhov. “O que me preocupa é que, se não resolvermos isso na indústria da aviação, os governos chegarão e dirão: ‘bom, você não pode mais voar’.”

Arnergy

Geradores solares modulares para a África Enquanto a maioria das empresas do portfólio da Breakthrough Energy estão localizadas nos Estados Unidos, a Arnergy opera em Lagos, na Nigéria. No país, assim como em outros da África Subsaariana, a rede elétrica geralmente não é confiável e interrupções de energia são comuns. A Arnergy aluga e vende o que chama de sistemas de energia solar – aparelhos volumosos do tamanho de gabinetes sobre rodas equipados com painéis solares e baterias que servem essencialmente como geradores movidos a energia solar. O equipamento técnico é acompanhado por uma plataforma de software que permite ao cliente monitorar e controlar o consumo de energia em tempo real. “Aqui, não é apenas uma função de ‘é bom para o clima’ – também é bom até mesmo para os bolsos”, disse o CEO Femi Adeyemo. A solução de energia solar significa que lojas e bancos podem permanecer abertos mesmo quando a rede elétrica falha. Além disso, ele diz que os sistemas da Arnergy permitem que empresas em países como a Nigéria paguem por energia limpa o mesmo preço pago pelas fontes tradicionais de combustível fóssil. “Cada um de nossos sistemas modulares de cinco quilowatts está substituindo geradores a diesel e a gasolina diariamente”, acrescenta Adeyemo, um ex-engenheiro de telecomunicações que decidiu iniciar o negócio depois de ver como o Oriente Médio estava usando energia solar para alimentar torres de telecomunicações. A Arnergy vende tanto para pequenas empresas quanto para grandes centros de dados corporativos, e implantou 600 sistemas para clientes que incluem as filiais nigerianas do Citibank e KPMG, bem como o conglomerado industrial Dangote Group (liderado por Aliko Dangote, a pessoa mais rica da África).

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