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domingo 17 de janeiro de 2021 às 15:47h

Como transformar o seu trabalho em algo que você ama

CURIOSIDADES, NOTÍCIAS


Se você é como milhões de outras pessoas na montanha-russa da pandemia, certamente está repensando sua vida profissional.

Você deve estar usando a tecnologia de maneiras que não imaginava há um ano. Além disso, seu trajeto matinal não passa daqueles 25 passos entre a cozinha e o escritório improvisado no quarto. Provavelmente já se passaram meses desde que você teve o último contato ao vivo com um colega de trabalho. Às vezes, você usa o termo “novo normal”, mas não tem certeza do que isso realmente significa.

Então, conforme a revista Forbes, você está examinando sua vida profissional de maneiras que nunca antes considerou necessárias. Você tem um zilhão de perguntas sobre o futuro e seu lugar nele.

A Forbes conversou com o escritor Jonas Altman, especialista em liderança e práticas de trabalho e autor do livro “Shapers: Reinvent the Way You Work and Change the Future” (sem edição em português), que explicou a responsabilidade que as pessoas têm de criar alegria e satisfação no meio corporativo e como permanecer adaptável.

Veja, a seguir, os melhores momentos da entrevista:

Forbes: Você usa o termo “workaholic engajado”. O que exatamente isso significa?

Jonas Altman: Enquanto um workaholic exibe um comportamento evasivo, um workaholic engajado demonstra um comportamento deliberado. Quando encontramos significado em nosso trabalho – vendo-o como um esforço agradável -, não precisamos passar pelo mesmo que os “workaholics infelizes”, que podem estar obcecados com seus empregos, mas não gostam realmente deles, passam. Para os engajados, o trabalho não funciona como uma diversão, mas como uma indulgência.

F: Quais são os passos para transformar um trabalho desagradável em um trabalho que é apreciado e até amado? Quem é o responsável por essa transformação?

JA: Uma maneira de transformar aquele emprego esquecido por Deus em um que você ama é justamente o que vem sendo chamado de job crafting. A insatisfação gera inovação e isso pode ajudá-lo a examinar e reformular suas tarefas, relacionamentos e mentalidades.

Como exemplo, vamos pegar o caso de uma faxineira de hospital que assumiu a responsabilidade de realizar muitas atividades além de suas funções habituais. Ela limpa regularmente o teto para que os pacientes não tenham que olhar para a sujeira ou teias de aranha. Costuma levar água para doentes com sede entre as trocas de turno da enfermagem. Para aqueles que estão em coma, ela até muda o ambiente na esperança de que isso possa melhorar o bem-estar deles (ou ajudá-los a acordar). Essa mulher se vê não apenas como uma faxineira, mas como uma zeladora. Expandir seu trabalho, dentro do razoável, permite obter mais satisfação e prazer.

Às vezes, as condições são muito tóxicas para possibilitar que isso seja colocado em prática. Embora a responsabilidade pela valorização do seu próprio trabalho recaia sobre você, líderes e colegas certamente podem, e devem, apoiar para que isso se torne uma realidade.

F: Nossas dinâmicas no mundo corporativo estão mudando cada vez mais rápido. O que as pessoas podem fazer para continuar adaptáveis ​​às oportunidades emergentes?

JA: Defina prioridades ambiciosas, mas realistas, e monitore-as com contribuições e reflexões regulares e equilibradas. Estabeleça limites rígidos para permanecer focado durante as horas mais criativas. Ajuste sua atenção, fique consciente de seu humor, esteja presente e sinta o que é necessário no momento. Seja inabalavelmente responsável por si mesmo e pelos outros. Adote uma abordagem diversificada e ágil para trabalhar, tendo um conjunto sólido de habilidades e desenvolvendo outras à medida que avança. Certifique-se de estar sempre aprendendo como mudar.

F: As pessoas podem arquitetar esse dom de fazer boas descobertas por acaso? Como?

JA: Sim. Continue fazendo aquelas coisas que o iluminam e permaneça com a mente aberta. Tenha bons pensamentos. Esteja nos lugares corretos e faça as coisas certas. Conecte pessoas e se doe. Escolha a curiosidade sobre o julgamento. Aprenda a se desapegar e nunca pare de aprender.

F: A “autogestão” é uma abordagem que um número crescente de empresas está adotando com sua equipe. Qual é a chave para fazer isso funcionar?

JA: A autogestão é baseada na confiança, competência e dignidade. É uma experiência contínua que evolui ao longo do tempo da mesma forma que as pessoas. Assim, a primeira coisa necessária é a disposição.

Também é fácil pensar nessa característica como prescritiva. Mas o que funciona para uma empresa não necessariamente funcionará para outra. É uma teoria atraente, mas colocá-la em prática pode ser uma verdadeira chatice. Quando os trabalhadores não conseguem se esconder da verdade, os egosmedos e motivações ficam expostos. Essa atmosfera emocionalmente carregada pode ser poderosa e paralisante. E a vulnerabilidade exigida nas culturas de autogestão não é para os fracos. Muitas pessoas não querem lidar com toda a bagagem extra do escritório.

A pandemia de Covid-19 ajudou a empurrar algumas empresas que não estavam prontas para a autogestão na direção certa. Outras, que estavam cultivando a prática, agora estão diminuindo, porque o modelo foi projetado propositalmente para aproveitar mais de nosso capital humano no momento em que mais precisamos.

F: O que as pessoas podem fazer para estabelecer limites para si mesmas, de modo que possam superar (ou evitar totalmente) o vício de trabalhar apenas por trabalhar?

JA: Benjamin Franklin costumava se fazer sempre uma pergunta de manhã: “O que devo fazer hoje?”. No final do dia, ele se perguntava: “O que eu fiz de bom hoje?”.

Podemos começar fazendo o mesmo e deixando bem claro quais são nossas prioridades e valores. Podemos perceber que nossa energia criativa e cognitiva é limitada e precisamos ser extremamente criteriosos na maneira como gastamos esse recurso finito. Porque quando ficamos muito ocupados, nossa atenção é desviada. Então, acabamos tomando decisões terríveis sobre como gastar nosso tempo.

Infelizmente, ainda é comum encontrar trabalhadores muito ocupados, mas não necessariamente produtivos. E, por fim, não há mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional, há apenas a mistura. E se você está muito ocupado para ver isso, então realmente precisa parar e dar uma olhada a sua volta.

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